Violência

Jovem morre na Papuda com sinais de agressão; família denuncia negligência

Jovem com transtornos mentais morre sob custódia com sinais de agressão; família alega negligência e cobra investigação

Cleiciano estava detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) desde 30 de maio -  (crédito: Material cedido ao Correio)
Cleiciano estava detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) desde 30 de maio - (crédito: Material cedido ao Correio)
Um homem de 22 anos, identificado como Cleiciano das Neves Dantas, morreu, na última segunda-feira (30/6), no Complexo Penitenciário da Papuda, em São Sebastião. A família acredita que ele foi agredido até a morte. Durante o velório, nesta quarta-feira (2/7), eram visíveis diversos hematomas pelo corpo.
Cleiciano estava detido desde 30 de maio no Centro de Detenção Provisória (CDP), após sofrer um surto que levou vizinhos a acionarem a polícia. Durante a abordagem, ele teria arremessado uma pedra contra a viatura e fugido, mas foi capturado em seguida pelos policiais.
O atestado de sepultamento indica como causas da morte choque hipovolêmico, perda significativa de sangue e hemorragia intra-abdominal. O corpo apresentava ferimentos no rosto, tronco e pernas.

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Segundo a mulher de Cleiciano, Déborah Dantas, com quem tinha dois filhos, ele sofria de transtornos psicológicos graves, comprovados por laudo médico, e fazia uso contínuo de medicamentos controlados. Ela afirma que, enquanto esteve preso, ficou sem a medicação necessária.
Déborah denuncia que o marido foi alvo constante de agressões na prisão e que ele deveria ter recebido tratamento em uma clínica especializada.

Posicionamento 

A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape/DF) informa que a ocorrência do óbito do reeducando C. N. D., ocorrido em 30 de junho, foi registrada na 30ª Delegacia de Polícia de São Sebastião, que realizou a perícia e providenciou a remoção do corpo para o Instituto Médico Legal (IML).

A Seape/DF instaurou Procedimento de Investigação Preliminar (PIP) e os policiais penais envolvidos na ocorrência foram afastados cautelarmente, como medida administrativa, até a elucidação dos fatos. Além disso, o Ministério Público esteve na unidade prisional nesta quinta-feira (03) para colher depoimentos.

A Seape/DF está adotando todas as medidas cabíveis para apurar as circunstâncias do fato, com rigor técnico e em conformidade com os princípios da legalidade e da transparência.

postado em 04/07/2025 10:43 / atualizado em 04/07/2025 11:16
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