ESPORTE E LAZER

Marotinha: adultos que participaram na infância e agora inscrevem os filhos

Corrida infantil é tradição entre os brasilienses e resgata a memória afetiva das competições passadas. A prova ocorre no Dia das Crianças, 12 de outubro, e as inscrições estão abertas para os atletas mirins

Da esquerda para a direita: Sofia Dunshee e Isabele Dunshee, Luiz Paulo e Lis Monteiro e Artur Jabour vão se encontrar na competição -  (crédito: Arquivo pessoal)
Da esquerda para a direita: Sofia Dunshee e Isabele Dunshee, Luiz Paulo e Lis Monteiro e Artur Jabour vão se encontrar na competição - (crédito: Arquivo pessoal)

A Marotinha, tradicional corrida voltada para crianças, não é apenas uma competição infantil, mas uma celebração familiar e uma paixão pelo esporte passada de geração em geração. Criada há mais de 30 anos, no Dia das Crianças, 12 de outubro, a capital recebe mais uma edição da corrida mais divertida e amada do Distrito Federal. Pais e filhos poderão reviver essa tradição esportiva no Eixo Cultural Ibero-Americano.

Acesse AQUI o link para as inscrições.

Para a publicitária Isabelle Moraes, 42 anos, ver os filhos Lis Maria, 11, e Luiz Paulo, 7, correndo a mesma prova que ela disputou na infância é como reviver um sonho. "É muito gratificante um evento como esse se perpetuando. Ver meus filhos correndo será uma grande emoção, tenho muitas lembranças da época em que participei", destaca ela ao Correio.

Isabelle explica que a relação dos filhos com o esporte começou cedo. "Sempre achei importante eles seguirem um esporte, então desde os 3 meses eles fazem natação, e daí tomaram gosto e não pararam mais. "Foi um momento de muita alegria quando participei da Marotinha, e eu quis dar esse presente pra eles", ressalta.

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O engenheiro André Dunshee, 41, conta que ver as filhas cruzando a linha de chegada é a realização de um sonho que começou décadas atrás. "Corri quando tinha a idade delas e sempre curti muito. Vê-las na Marotinha, animadas e participando, será muito gratificante. Sinto que é uma forma de passar essa paixão para elas", diz André, pai de Sofia, 10, e Isabelle, 8.

Segundo Dunshee, as meninas também se dedicam a outras modalidades, como o beach tênis e a ginástica, mas é na corrida que encontram um incentivo especial para se manterem ativas. "Todo ano eu as inscrevo, e elas adoram. Ficam sempre ansiosas pela próxima", afirmou o pai, que agora planeja incluir na rotina semanal um momento dedicado à corrida com as filhas.

Gabriela Jabour, 37, sócia-proprietária da confeitaria Sweet Cake, declarou que, quando soube que a Marotinha estava de volta, não pensou duas vezes e inscreveu o filho na corrida. "Rapidamente inscrevi meu filho, e meu pai, que ama correr, fez questão de levá-lo no dia", disse Gabriela. Para ela, ver o filho mantendo a tradição é um sonho realizado. "Marotinha me traz muitas lembranças boas, e ver meu filho seguindo esse caminho é maravilhoso", afirma.

Gabriela Jabour participou da Marotinha em 1998
Gabriela Jabour participou da Marotinha em 1998 (foto: Arquivo pessoal)

O pequeno Arthur Jabour, 10, faz parte dessa nova geração de corredores. O corredor-mirim correu uma vez na Marotinha e segue preparado para a próxima prova. "Estou nervoso. Eu corri 3km com meu avô, agora na praia do Rio de Janeiro, e estou empolgado para correr de novo", garante.

Competição

A prova conta com baterias entre 50 e 400 metros, conforme a idade dos inscritos, corredores de 4 a 13 anos. Com vagas limitadas, o valor da inscrição é de R$ 70, e pode ser feita exclusivamente pelo site oficial www.brasilcorrida.com.br. No ano passado, as duas mil vagas disponíveis esgotaram-se em apenas três horas. A expectativa é de que o sucesso se repita ou seja maior.

Após se inscrever, além da experiência de competir em um evento oficial e divertido, cada participante inscrito recebe um kit composto por uma camisa oficial da prova, sacochila personalizada, copo, medalha de participação (para todos os que completarem a corrida) e um kit lanche pós-prova. A premiação principal será uma bicicleta para o primeiro colocado de cada bateria, separadas por idade e sexo. Uma forma de valorizar o desempenho e incentivar ainda mais o esporte nas primeiras fases da vida.

História

Criada em 12 de outubro de 1992, a Marotinha nasceu do desejo de incluir as crianças nas atividades da Maratona Brasília, em 21 de abril daquele ano, que até então era voltada apenas para adultos. Como os pequenos não podiam participar dos 5km da prova principal, pois a Federação Brasiliense de Atletismo só permitia maiores de 14 anos em provas de média e longa distâncias, os organizadores criaram uma corrida específica, com distâncias reduzidas e adequadas para a idade, no dia da Criança.

A solução foi estabelecer baterias diferenciadas. Crianças de 5 a 7 anos corriam 300m. As com idades de 8 a 14 anos, 3km, e se tornou um sucesso. O evento contou com um total de 2,5 mil inscritos, e o circuito usado foi a pista olímpica do antigo Estádio Mané Garrincha. No ano seguinte, o número mais que dobrou, com 5.865 mil pequenos atletas. Na última edição, em 1998, 10 mil corredores-mirins apareceram no evento.

Após um hiato de quase 10 anos, a Marotinha foi rebatizada. Passou a se chamar Candanguinha, de 2007 a 2010. No ano passado, em fevereiro, o Correio voltou a presentear a criançada da capital, chamando o evento de Corrida Kids. Mas a memória afetiva prevaleceu e, no Dia das Crianças de 2024, a marca Marotinha renasceu e voltou a ser adotada.

 

 

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DC
postado em 29/07/2025 06:00 / atualizado em 13/08/2025 11:25
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