Barbárie

Suspeito de esquartejar Ingrid Michelli viu buscas pelo corpo e questionou a polícia

O criminoso, que dias depois foi preso pela Polícia Civil, perguntou aos investigadores o que eles procuravam na área

Ingrid foi encontrada enterrada em uma cova rasa, no Areal -  (crédito: Cedido ao Correio)
Ingrid foi encontrada enterrada em uma cova rasa, no Areal - (crédito: Cedido ao Correio)

Enquanto o corpo de Ingrid Michelli Siqueira Pinheiro, 38 anos, ainda estava enterrado em uma cova rasa no Areal, Rafael Henrique Teixeira, 19, vulgo “Zoio”, apontado como um dos suspeitos do crime, chegou a ver de perto as buscas da polícia. O Correio apurou que o criminoso questionou os investigadores sobre o que procuravam na área.

Rafael é um dos três presos pela 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) por suspeita de participar do crime brutal. Ingrid teve o corpo esquartejado e enterrado em uma área de mata, numa região chamada Curral. Os outros dois suspeitos são Breno de Souza, 23; e Francisco Lucas Vale Lima, 25, mais conhecido como “De oclinho”, também detidos.

Trio foi preso pelo homicídio de Ingrid Michelli
Trio foi preso pelo homicídio de Ingrid Michelli (foto: Material cedido ao Correio)

A polícia iniciou uma força-tarefa de buscas pelo corpo da mulher após o recebimento de uma denúncia anônima. O informante apontou o local exato onde estava o cadáver. Por uma semana, os investigadores, junto com bombeiros, fizeram uma varredura na mata. Em um dos dias, Zoio apareceu no local indagando sobre o que os agentes estavam buscando. O criminoso foi repreendido e orientado a deixar a área — a polícia, no entanto, ainda investigava a autoria.

Localização e prisão

Após a investigação, os policiais identificaram Zoio como um dos envolvidos. Preso em 19 de agosto, ele contou que Ingrid passou a noite na casa dele e, perto do amanhecer, acordou e a viu prestes a ir embora. Relatou ter notado o sumiço do celular e questionou se ela havia pegado o aparelho, o que foi negado por Ingrid. Segundo ele, ao usar o telefone de um vizinho para ligar para o próprio número, o aparelho tocou na cintura da mulher. Os dois teriam tido uma discussão e Ingrid foi embora.

Durante a oitiva, Rafael disse que, após a saída de Ingrid da casa, notou que haviam desaparecido R$ 280 dos pertences dele. A mulher chegou a ficar sumida da região do Curral por cerca de quatro dias.

Versões conflitantes

A informação sobre o furto do dinheiro circulou na região e a polícia, ao iniciar a investigação do caso, deparou-se com versões conflitantes apresentadas pelos suspeitos. Depois de localizar o corpo, após uma denúncia anônima, e interrogar Rafael, os investigadores chegaram ao nome de Francisco Lucas, colega de Rafael.

Na delegacia, Rafael afirmou ter reencontrado Ingrid após o suposto furto, mas disse que a ignorou. Dias depois, relatou que, ao descer para consumir drogas em uma mata, encontrou Francisco com as roupas sujas de sangue. Questionado pelo colega, o homem teria confessado ter matado Ingrid por causa do furto.

A versão, porém, difere do relato de Francisco na delegacia. Ele disse apenas ter tomado conhecimento do desaparecimento de Ingrid e afirmou ter visto Rafael e Breno de Souza levando a mulher pelo braço até a mata, o que contradiz diretamente o depoimento de Rafael.

Breno, por sua vez, alegou ser recém-chegado à região e afirmou ter presenciado Rafael e Francisco conduzindo Ingrid para a mata, já com as mãos e os pés amarrados com fios de telefone. Ainda segundo a polícia, cada um dos suspeitos aponta os outros dois como autores do homicídio e do esquartejamento da vítima, o que reforça as contradições nas versões apresentadas.

 

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postado em 28/08/2025 22:55
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