Entrevista

'O agressor é quem tem de ter vergonha', afirma secretária da Mulher

Ao CB.Poder, Giselle Ferreira falou sobre a campanha Agosto Lilás, além de destacar a importância das denúncias de violência doméstica e das medidas protetivas

Por Laíza Ribeiro* — A secretária da mulher, Giselle Ferreira, abordou a iniciativa Agosto Lilás, campanha de conscientização e enfrentamento à violência contra as mulheres, durante o CB. Poder — parceria entre a TV Brasília e o Correio Braziliense — nesta terça- feira (12/8). Aos jornalistas Sibele Negromonte e Carlos Alexandre de Souza, a chefe da pasta disse que serão realizadas 100 ações em todo o DF durante o mês da campanha.

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Para Giselle, a medida protetiva é uma prática importante para o salvamento de mulheres em situação de violência doméstica. “70% das mulheres que foram vítimas de feminicídio não tinham procurado ajuda. Quando a medida protetiva é descumprida, aqui no Distrito Federal, nós temos agido de forma rápida. Quando a pessoa está sob o olhar do estado, as medidas funcionam”, afirmou. 

A secretária também mencionou a mudança de protocolo no aplicativo Viva Flor — sistema de segurança preventiva para mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar que estejam sob o resguardo de medida protetiva de urgência — possibilitando que mulheres que ainda não acionaram as medidas protetivas tenham acesso à ferramenta logo que o risco for verificado.  "Antes, a mulher só tinha acesso ao dispositivo após pedir medida protetiva. Agora, nas próprias delegacias especializadas, se o delegado confirmar o risco, a mulher também sai com a medida e acesso ao dispositivo", explicou.

A chefe da pasta considera a campanha do Agosto Lilás como um chamado à sociedade. “A denúncia pode ser feita de forma anônima pelo canal 197 da Polícia Civil. Cerca de 63% dos casos de violência doméstica, a família sabia. Não devemos culpar a mulher por não ter procurado ajuda, mas mostrar que quem tem de ter vergonha é quem agride a mulher”, ressaltou. 

Houve também mudanças em algumas políticas públicas, como no Comitê de Proteção à Mulher. “Às vezes, a mulher não quer apenas uma delegacia. Ela quer um acolhimento, saber se está passando por alguma violência ou não, buscar autonomia financeira. A gente tem criado o Centro de Referência a Mulher, onde ela busca capacitação para o mercado de trabalho ou atendimento psicossocial.”, destacou Giselle. 

Assista à entrevista completa:

 

*Estagiária sob a supervisão de Malcia Afonso

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