O comércio e varejo do Distrito Federal espera um grande desempenho na Black Friday deste ano. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista), devem ser injetados entre R$ 157 milhões e R$ 231 milhões na economia local, o que representa uma alta de 26% em relação ao ano passado. Além disso, a pesquisa feita pela entidade indica uma expectativa de que cerca de 160 mil consumidores circulem pelas lojas e shoppings da capital.
A data, considerada uma das mais consolidadas no calendário do setor, impulsiona vendas em áreas mais procuradas pelos compradores, como roupas, eletrodomésticos, eletrônicos e perfumaria, e antecipa parte das compras de Natal. O Sindivarejista orientou comerciantes a estenderem as promoções até hoje (29/11), quando há maior fluxo de consumidores.
Para o presidente da entidade, Sebastião Abritta, a Black Friday se firmou como um dos principais momentos de consumo do país. "A Black Friday é uma data que se consolidou em todo o país, trazendo vantagens para quem gosta de comprar pagando um pouco menos. E vantagens também para o comércio que vende mais", afirmou.
- Brasiliense lidera apetite de consumo na Black Friday 2025, diz Google
- Golpes da Black Friday: especialista dá dicas para se proteger na data
- Sete a cada 10 consumidores acompanham preços antes da Black Friday
O tíquete médio previsto para o período é de R$ 390, crescimento de 28% em relação aos R$ 305 do ano anterior. Os meios de pagamento utilizados pelos compradores, os cartões de crédito e débito devem representar 47% das transações, seguidos por Pix (29%), dinheiro (15%) e crediário (9%).
Um levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-DF) mostra um otimismo absoluto, em que 100% dos lojistas entrevistados confirmaram participação na Black Friday deste ano, superando os 95,3% de 2024. Segundo a pesquisa, 98% dos comerciantes acreditam que venderão mais do que no ano passado.
Para o presidente da Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, o cenário é promissor. "O comércio do DF está confiante e preparado. Hoje a Black Friday representa uma das datas mais importantes para o varejo, juntamente com o Natal, Dia das Mães e Dia dos Namorados. Mais importante é que as promoções abrem o período de vendas de fim de ano e ajudam a renovar os estoques para o Natal", destacou.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Comerciantes
Gerente de uma loja de roupas femininas do Terraço Shopping, Lilian Marques comemora os resultados, mesmo com apenas três meses à frente da loja. "Pra mim, tem sido muito bom. A nossa loja, graças a Deus, tem vendido muito. O nosso fluxo tem aumentado bastante", disse. Ela contou que o crescimento em relação ao ano anterior impressiona. "Tivemos um aumento de quase 100% nas vendas. Estou muito feliz com isso", declarou.
A loja que Marques gere trabalha com peças entre R$ 149 e R$ 1.299, com descontos de 30% a 60%. "Conseguimos bater nossa meta ontem (quinta). O valor total era R$ 240 mil. A gente já conseguiu bater, graças a Deus. Agora queremos alcançar muito mais porque o céu é o limite", afirmou com alegria.
Em uma perfumaria, a gerente de marketing Daniela Domingues explicou que a rede se preparou com antecedência para ofertas agressivas. "Nos últimos anos, a gente tem feito Black Fridays diferentes. A equipe comercial ajustou as compras e fez estoque saudável para repassar desconto. Temos muitos produtos de alto giro com até 60% de desconto", destacou.
De acordo com Domingues, a projeção inicial era de 10% de aumento nas vendas, mas o resultado deve superar isso. "Acreditamos que vamos chegar nos 12% ou mais. Esta Black Friday começou logo na primeira semana de novembro, foi uma Black Week. Um mês de ofertas muito interessantes e competitivas", ressaltou. Entre os itens disponíveis, os valores estão entre R$ 109 e R$ 1,2 mil.
Compradores
A aposentada Sílvia Saldanha, 68 anos, circulava pela perfumaria em busca de presentes para filhos, netos e outros familiares. Ela contou que embora encontre bons preços no mercado digital, prefere sempre a segurança das lojas físicas. "Na internet, você consegue mais desconto do que nas lojas porque tem os cupons e descontos. Mas perfume eu só compro aqui porque é certo. Tem muita coisa falsificada, você paga caro e vem falsificado", declarou.
A consumidora Edileuza de Souza de Castro, 65 anos, conta que saiu de casa para conferir os preços de Black Friday. "Tento sempre aproveitar esse período para comprar umas roupas para a reta final do ano. Por isso, vim com o objetivo de dar uma olhada nos preços e achar alguma promoção de algo que me agrade. Hoje eu estou procurando uma roupa e estou com expectativa de achar", ressaltou. Para este ano, ela estabeleceu um limite. "Vou gastar até dois mil reais", revelou.
Fiscalização
Todos os anos, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-DF) realiza operação especial de fiscalização durante a semana da Black Friday. Desde segunda, equipes percorrem lojas e shoppings para prevenir irregularidades. Segundo o órgão, não foram registradas denúncias neste ano ou no ano passado, reflexo de consumidores mais informados e de maior responsabilidade dos comerciantes.
Mesmo sem denúncias, a operação é mantida com objetivo de fiscalizar estabelecimentos. Ao todo, 71 estabelecimentos fiscalizados e 60 autuados. Entre os motivos mais comuns estão ausência de preço, precificação sem clareza, publicidade de promoções sem informações completas e falta de dados básicos ao consumidor (formas de pagamento, tributos, política de trocas)
Consumidores que encontrarem irregularidades podem denunciar pelo 151, pelo e-mail 151@procon.df.gov.br ou via peticionamento eletrônico.
Saiba Mais
