
O deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) disse que há 116 assinaturas das 171 necessárias para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banco Master na Câmara dos Deputados. No programa CB.Poder — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília — desta quarta-feira (3/12), o parlamentar também falou aos jornalistas Ana Maria Campos e Carlos Alexandre de Souza sobre o cenário político do Distrito Federal e a movimentação para as eleições de 2026.
O que pede o seu requerimento para uma CPI do Banco Master na Câmara dos Deputados?
Estamos falando de um desvio de R$ 12,2 bilhões, uma coisa absolutamente inusitada, é difícil até de acreditar como é que um banco como o BRB compra R$ 12,2 bilhões de títulos inexistentes, como demonstrou a Polícia Federal. E o pior, depois disso, para encobrir a operação, o BRB tenta comprar o Banco Master por R$ 2 bilhões, numa operação em que o governador do DF, Ibaneis Rocha, está diretamente envolvido, porque, todos acompanharam, pela imprensa, a defesa veemente que ele fez da compra do Master pelo BRB, inclusive, depois da negativa do Banco Central. O Banco Central negou e encaminhou a documentação para a Polícia Federal. Ainda assim, o governador Ibaneis insistiu na compra do Banco Master pelo BRB. A gente sabe, também, que, para a presidência e a diretoria do BRB, têm indicações políticas que partem de presidentes de partidos nacionais, o presidente do PP, o presidente do União Brasil. Portanto, é muito importante que todas essas ligações políticas que levaram a essa fraude, a esse rombo bilionário, sejam investigadas a fundo, com o objetivo de punir os culpados e também de criar legislação que possa dificultar esse tipo de operação.
Para a instalação de uma CPI na Câmara, são necessárias 171 assinaturas? Quantas foram obtidas?
Nós já temos 116 assinaturas. A gente percebeu uma movimentação muito grande de deputados querendo assinar a CPI, a partir da decisão do ministro Dias Toffoli, ontem (terça-feira), de dar sigilo absoluto ao pedido dos advogados do Banco Master para que o processo suba para o Supremo Tribunal Federal. Então, a gente tem uma expectativa de conseguir as assinaturas necessárias.
Como o senhor avalia a nomeação do novo presidente do BRB e o anúncio de que haverá uma auditoria independente na instituição?
As informações que temos é que o presidente foi indicado pelo mesmo grupo político que indicou o presidente anterior. Mas vamos aguardar. Não quero fazer nenhum pré-julgamento. Acho que é muito importante que tenham auditorias independentes, mas acho que a melhor auditoria, neste caso, é a da Polícia Federal e de uma CPI.
No seu governo, também houve problemas na gestão do BRB. Qual é a diferença entre o que aconteceu no seu governo para agora?
Primeiro, é importante ressaltar que, ao final da minha gestão, eu deixei o BRB extremamente saudável e isso foi reconhecido pelo Banco Central. Eu jamais me imiscuí em qualquer decisão do BRB. Em nenhuma operação do BRB, da menor à maior, houve qualquer interferência minha. Agora, nós estamos tratando de uma operação de R$ 12,2 bilhões, de compras de títulos inexistentes, de uma tentativa depois da compra de um banco por R$ 2 bilhões para encobrir a operação anterior e que houve uma participação, uma liderança, do governador Ibaneis Rocha.
Falando sobre as próximas eleições, o senhor acredita que a candidatura do ex-governador Arruda vai vingar?
Não tive ainda condições de me aprofundar na questão jurídica. Certamente, o que a gente percebe, claramente, até por manifestações públicas nos jornais, é que há uma tentativa do governador Ibaneis de evitar a candidatura do Arruda. Aliás, esse é o modus operandi do governador Ibaneis, de tentar retirar os adversários da disputa para tentar disputar a eleição sozinho. Dessa vez, ele não vai conseguir, porque, certamente, o PSB terá candidato, o Ricardo Cappelli, um candidato combativo, um candidato que vem fazendo oposição sistemática ao governador Ibaneis, que foi o primeiro a denunciar com muita consistência esse escândalo do BRB.

Cidades DF
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