Tragédia

Familiares de bebê morta em creche informal cobram Justiça

Laura Rebeca Ribeiro dos Santos, de 1 ano, morreu enforcada em um bebê-conforto dentro da casa da cuidadora

Em meio à dor, parentes relatam falhas na condução do cuidado com a criança -  (crédito: Material cedido ao Correio)
Em meio à dor, parentes relatam falhas na condução do cuidado com a criança - (crédito: Material cedido ao Correio)

A família da pequena Laura Rebeca Ribeiro dos Santos, de 1 ano, que morreu nesta quinta-feira (11/12) em uma creche informal no Setor O, em Ceilândia, vive um luto marcado pela indignação e pela sensação de que a tragédia poderia ter sido evitada. Em meio à dor, parentes relatam falhas na condução do cuidado com a criança e pedem que a investigação avance com rapidez.

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A avó materna, Cida Lima, conta que a família ainda tenta entender como a bebê pôde ser deixada em um ambiente sem monitoramento. “Tinha câmera na sala, do lado de fora, mas no quarto onde as crianças dormem não tinha câmera. Por quê?”, questiona. Ela afirma que, pelo que sabe, bebê-conforto não deve ser usado para a criança dormir dentro de casa. “No caso, teria que ter berço e cama. Lamentável, estamos sofrendo… Meu filho está arrasado. Que a Justiça seja feita. Vamos aguardar o resultado da perícia”, desabafou nas redes sociais.

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A tia da bebê, Débora Lima, reforça a sensação de negligência e destaca que era o primeiro dia de Laura na creche. “Sempre tivemos alguém da família para cuidar dela enquanto minha cunhada trabalhava para sustentar a casa, mas hoje não teve como ninguém ficar com ela. Indicaram essa ‘creche’”, relata. Segundo ela, a versão apresentada pela responsável pelo local causa ainda mais revolta. “Foi o primeiro dia, e já aconteceu essa fatalidade. A moça disse que deixou a Laura ‘dormindo’ e depois de DUAS HORAS foi olhar, porque achou estranho ela não ter acordado. Quando viu, ela já estava morta. Negligência total!”, lamenta.

Em meio ao sofrimento, a tia-avó Silvia Lima tenta ajudar a família a lidar com os trâmites após a tragédia. Ela confirma que a mãe da menina trabalha e havia deixado a criança sob os cuidados da creche informal, por indicações, que davam conta de que o local era seguro. Agora, em meio à dor, os dois irmãos de Laura — de 5 e 10 anos de idade — sofrem. “O mais velho está muito triste”, disse. 

Relembre o caso

Laura, de 1 ano, morreu enforcada, dentro de uma creche informal, na QNO 6, Conjunto P, no Setor O. A Polícia Civil (PCDF) confirmou que a menina chegou ao local por volta das 9h. A mãe havia contratado o serviço apenas por um dia, pagando R$ 50. Era a primeira vez que a criança ficaria sob os cuidados da cuidadora, que afirmou atuar no ramo há quatro anos.

Aos investigadores da 24ª Delegacia de Polícia, a mulher relatou que a bebê teria chegado sonolenta. Ela disse que saiu de casa pouco antes do almoço para resolver um problema pessoal, deixando as crianças com o marido — prática que, segundo afirmou, era comum. Antes de sair, teria alimentado Laura, trocado a fralda e a colocado para dormir em um cômodo separado, usando um bebê-conforto apoiado sobre um colchão no chão.

Quando retornou, contou ter alimentado as crianças maiores e ido ao quarto onde a bebê estava. Disse tê-la encontrado dormindo e, logo depois, saiu para separar sabonetes para o banho. Ao voltar, encontrou o bebê-conforto caído e relatou que a criança apresentava tremores. Assustada, retirou a menina do equipamento e chamou o Samu, mas os socorristas constataram o óbito no local.

O delegado-chefe da 24ª DP, Fábio Farias, afirmou que o caso depende da perícia e de novos depoimentos para determinar a dinâmica da morte. A investigação foi aberta como homicídio culposo. A cuidadora foi ouvida e liberada.

Na tarde desta quinta-feira, peritos e investigadores foram à residência para coletar evidências e tentar reconstruir os acontecimentos que levaram à morte da bebê. A família, agora, aguarda respostas — e Justiça.

 

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postado em 11/12/2025 22:08
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