A primeira edição do Prêmio JK, lançado pelo Correio Braziliense nesta terça-feira (9/12), reconheceu nomes que marcaram a história e o desenvolvimento do Distrito Federal. Entre os homenageados da noite, a presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministra Maria Elizabeth Rocha, recebeu o prêmio na categoria Direito e Justiça, consolidando sua trajetória pioneira no Judiciário e no sistema de Justiça Militar.
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A ministra agradeceu a homenagem ao receber o prêmio. Em seu discurso, destacou a importância do reconhecimento concedido pelo Correio Braziliense. “Agradeço essa honraria que este órgão de imprensa tão relevante me oferece. Isso só recrudesce minha responsabilidade como magistrada e como cidadã”, afirmou. Emocionada, ela ressaltou ainda o significado pessoal da homenagem: “Receber um prêmio de um conterrâneo me enaltece e me sensibiliza profundamente. Muito obrigada por me representar.”
O reconhecimento ocorre em um momento simbólico para o debate sobre direitos das mulheres, tema que a ministra destacou ao relembrar que o STM celebrou, nesta terça-feira, os 77 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. “Ser mulher e receber um prêmio dessa envergadura me sensibiliza muito”, afirmou.
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Lançado pelo Correio Braziliense, o Prêmio JK reconhece e homenageia personalidades que fizeram parte da história de Brasília. A seleção dos homenageados deste ano foi feita pela redação do jornal e contempla 16 categorias: esporte, cultura, sustentabilidade, agro, empreendedorismo, educação, direito e justiça, indústria e tecnologia, inclusão e voluntariado, saúde, gestão pública, turismo e eventos, comércio e serviços, entidade de classe, inovação e economia criativa. Além disso, há a categoria das homenagens especiais, que destaca quatro personalidades cuja trajetória marcou o Distrito Federal. O prêmio leva o nome da maior referência da cidade, o ex-presidente Juscelino Kubitschek.
Perfil
Primeira mulher a presidir o Superior Tribunal Militar em mais de um século de existência da Corte, a ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha construiu uma trajetória marcada pela defesa da Constituição, dos direitos humanos e da ampliação da presença feminina em espaços historicamente masculinos.
“Eu costumo dizer que quebrei o teto de vidro. Mas não é um teto, é uma casa inteira. São paredes, janelas, portas que são colocadas a nós, mulheres, de forma que nós não possamos ingressar ainda em espaços ocupados prioritariamente pelos homens”, disse, em entrevista ao Correio pouco antes de sua posse como presidente da Corte.
Doutora em direito constitucional, professora e pesquisadora, ao longo da carreira, Maria Elizabeth se destacou pela atuação firme em temas sensíveis, como igualdade de gênero, proteção de minorias e enfrentamento à violência contra a mulher.
Mineira de Belo Horizonte, foi nomeada pelo presidente Lula em 2007 e está há quase 20 anos no STM. A cerimônia de posse como presidente ocorreu na Sala Martins Pena do Teatro Nacional, com a presença do presidente Lula, do ministro Luís Roberto Barroso, então presidente do STF; e dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.
Em dezembro de 2025, no Dia da Justiça, fez um pronunciamento contundente contra os feminicídios, afirmando que “ser mulher é viver sob risco” e cobrando respostas mais eficazes do Estado. Ao mesmo tempo, mostrou sensibilidade histórica ao conduzir atos de reconhecimento das violações cometidas na ditadura militar, pedindo perdão em nome do tribunal por crimes como o que vitimou o jornalista Vladimir Herzog.
Homenageada por figuras como Luiz Fux, Edson Fachin e o ministro Lélio Bentes, ela é reconhecida por colegas e por juristas como referência ética e intelectual. Sua produção acadêmica e participação em debates públicos a consolidaram como uma das principais vozes do Direito Constitucional brasileiro.
Assista à transmissão do evento:
