Durante o evento do Prêmio JK, realizado nesta terça-feira (9/12), o fundador da Idea Space — projeto que leva educação espacial para escolas do Distrito Federal —, Leonardo Júlio Souza, expressou que o prêmio de Inovação recebido representa uma surpresa e mostra que o esforço coletivo da empresa, que está no processo de colocar o setor espacial brasileiro na vanguarda mundial, por meio de uma metodologia construída e desenvolvida por estudantes de Brasília, está sendo reconhecido e visto.
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“Receber esse prêmio mostra que o esforço coletivo que a gente tem feito, com os três primeiros satélites que foram colocados em órbita há 10 dias pela SpaceX, e os cinco que a gente está colocando agora, incluindo o satélite de alunos de escola pública, mostra que o desafio está sendo bem enfrentado e que a gente está conseguindo”, agradeceu Souza.
Um destaque do projeto de Souza é o lançamento iminente de um “satélite brasiliense”, uma constelação de comunicação construído por alunos locais, que deve ser lançado em órbita no final deste ano ou no início do próximo, segundo o idealizador da Idea contou ao Correio. Ele acrescenta que está projeto possivelmente será integrado à constelação internacional de sua empresa, sendo um dos oito primeiros que a entidade está lançando.
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“Nesse primeiro projeto, a gente conseguiu recurso que possibilitou a gente conseguir construir a esteira tecnológica da empresa. E na volta ao Brasil, a gente fez um trabalho junto ao senador Izalci (Lucas) para atender mais de 500 alunos aqui em Brasília. Desses 500 alunos, 30 foram selecionados e construíram satélite de fato”, comentou o brasiliense que foi homenageado com o prêmio de inovação.
A empresa ambiciona, ainda, se tornar a “educadora de espaço no mundo” e, embora a metodologia tenha sido construída na capital federal, o projeto já possui alcance global. Leonardo Júlio começou seu projeto trabalhando em parceria com a Arábia Saudita e, a partir do próximo ano, a Idea Space espera integrar mais países, possivelmente mais de três do continente africano, mais dois asiático e também nações do leste europeu e na América Latina.
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Lançado pelo Correio Braziliense, o Prêmio JK reconhece e homenageia personalidades que fizeram parte da história de Brasília. A seleção dos homenageados deste ano foi feita pela redação do jornal e contempla 16 categorias, são elas: esporte, cultura, sustentabilidade, agro, empreendedorismo, educação, direito e justiça, indústria e tecnologia, inclusão e voluntariado, saúde, gestão pública, turismo e eventos, comércio e serviços, entidade de classe, inovação e economia criativa. Além disso, há a categoria das homenagens especiais: quatro personalidades que se destacaram em várias áreas foram selecionadas para figurarem na história dessa premiação. O prêmio leva o nome da maior referência para a cidade, o ex-presidente Juscelino Kubitschek.
Perfil
A história de Leonardo Júlio Souza, de 29 anos, começou no Hospital Universitário de Brasília (HUB), onde nasceu como o primeiro membro de sua família a vir ao mundo na capital. Crescido na Cidade Ocidental (GO), morou no Gama e, depois, seguiu para a Asa Norte.
Durante a formação acadêmica na Universidade de Brasília (UnB), Leonardo encontrou laboratórios e projetos que foram essenciais em sua trajetória no setor espacial. Em entrevista recente ao Correio, ele contou que, ao visitar empresas de tecnologia fora do país, percebeu que muito do que viu no exterior também estava disponível dentro da própria universidade. Foi assim que cresceu a ideia e convicção de que Brasília tem potencial para se tornar um dos polos de desenvolvimento espacial mais importantes do país.
Junto a outros três colegas, Leonardo participou de um projeto social em uma casa de acolhimento do DF, onde ministraram um curso introdutório sobre tecnologia espacial para crianças e adolescentes. No início, ao perguntarem aos alunos o que desejavam ser no futuro, as respostas eram sempre as mesmas: policial, advogado, delegado. No entanto, ao final das aulas, a vontade já não era mais a mesma.
Foi assim que surgiu a inspiração para a criação da Ideia Space, startup fundada pelo grupo com o objetivo de democratizar o acesso ao conhecimento espacial. A empresa nasceu com a missão de despertar novas vocações e tornar temas como satélites, sensores e sistemas espaciais compreensíveis e possíveis para estudantes da rede pública. Pouco tempo depois, a iniciativa ganhou a parceria do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), o que permitiu a ampliação do alcance dos cursos.
Graças a essa colaboração, ao menos 430 alunos de escolas públicas do Distrito Federal já participaram de programas de introdução à tecnologia espacial. As atividades incluem aulas práticas, experimentos e discussões sobre carreiras científicas.
Assista à transmissão do evento:
