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Inteligência artificial identifica 140 mil berços estelares na Via Láctea

O mapeamento é importante para aprofundar o entendimento da dinâmica de criação do Universo e descobrir novos planetas

Talita de Souza
postado em 08/03/2023 23:07
 (crédito: TERENCE DICKINSON/ESA)
(crédito: TERENCE DICKINSON/ESA)

Um grupo de cientistas japoneses construiu um módulo de inteligência artificial (IA) capaz de mapear os berços estelares da Via Láctea. Ao analisar blocos de dados de ondas de rádio, captados pelo radiotelescópio Nobeyama, o dispositivo identificou cerca de 140 mil nuvens moleculares que são áreas de formação de estrelas. O mapeamento é inédito e o mais detalhado da história da astronomia.

A descoberta foi feita por uma equipe de astrônomos da Escola de Ciência da Universidade Metropolitana de Osaka, no Japão, e publicada na revista Publicações da Sociedade Astronômica do Japão em 1º de março. Os pesquisadores se propuseram a resolver um dos maiores problemas da astronomia: detectar as regiões da Via Láctea onde nascem estrelas.

O mapeamento é importante para aprofundar o entendimento da dinâmica de criação do Universo e também para descobrir novos planetas, já que os dois objetos estelares estão interligados. No entanto, a detecção dos núcleos de formação de estrelas é permeado por dificuldades até então intransponíveis: por serem compostos de gases moleculares e poeira, composição das estrelas, são frios e diluídos de tal forma que não é possível enxergá-los a olho nu — alguns poucos são de grande escala e fáceis de detectar —, por isso apenas fracas ondas de rádio revelam a presença deles na Via Láctea.

O problema é que essas ondas, captadas por radiotelescópios, precisam ser analisadas para que um padrão seja identificado e surjam evidências de que um local é um berço estelar. Essa dinâmica analítica é impossível de ser feita manualmente, devido ao grande volume de dados a serem analisados. Já para inteligência artificial o trabalho é quase uma brincadeira: o módulo é construído para trabalhar com grandes volumes de dados e fazer cruzamentos dos mesmos.

Ao enxergarem a potencialidade da inteligência artificial para solucionar o problema, a equipe utilizou extensos conjuntos de dados do radiotelescópio Nobeyama, localizado em Minamimaki no Japão, para modular uma IA que consiga identificar os padrões das ondas de rádio e identificar os berços estelares.

O resultado não poderia ter sido melhor: além de identificar 140 mil nuvens moleculares que revelam berços estelares, a IA conseguiu mapear a massa e a distância entre elas, o que aponta a quantidade média de estrelas que cada região pode produzir. "Os resultados não apenas fornecem uma visão panorâmica da galáxia, mas também ajudarão em vários estudos de formação de estrelas", detalhou o doutor em astronomia Shinji Fujita, líder da equipe de pesquisadores.

A IA produziu, ainda, um mapeamento detalhado do céu observado por Nobeyama, a partir do hemisfério Norte da Terra. “No futuro, gostaríamos de expandir o escopo das observações com o radiotelescópio Nobeyama de 45 m e incorporar dados de observação do radiotelescópio do céu no hemisfério sul, que não podem ser observados no Japão, para um mapa de distribuição completo do toda a Via Láctea”, revela o astrônomo.

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