CIÊNCIA

Hubble descobre vapor d'água na atmosfera de exoplaneta

O planeta GJ 9827d, cujo diâmetro é aproximadamente o dobro do da Terra, fica na constelação de Peixes, a 97 anos-luz de distância

Esta foto da NASA divulgada em 13 de fevereiro de 1997 mostra uma visão completa do Telescópio Espacial Hubble -  (crédito: HANDOUT/ NASA /AFP)
Esta foto da NASA divulgada em 13 de fevereiro de 1997 mostra uma visão completa do Telescópio Espacial Hubble - (crédito: HANDOUT/ NASA /AFP)
postado em 26/01/2024 14:40 / atualizado em 26/01/2024 14:45

O telescópio Hubble observou o menor planeta fora do sistema solar que contém água em sua atmosfera, anunciaram nesta quinta-feira (25/1) as agências espaciais americana e europeia, Nasa e ESA, respectivamente.

"Água em um planeta tão pequeno é uma descoberta" importante, afirmou Laura Kreidberg, do Instituto Max Planck para Astronomia, da Alemanha, codiretora da pesquisa. "Nos aproxima mais do que nunca da descrição de mundos realmente similares à Terra", acrescentou.

O planeta GJ 9827d, cujo diâmetro é aproximadamente o dobro do da Terra, fica na constelação de Peixes, a 97 anos-luz de distância, ou seja, mais de 900 trilhões de quilômetros, segundo um comunicado da Nasa e da ESA.

Acredita-se que se trata de um "mini-Netuno", com uma atmosfera rica em hidrogênio e água, ou uma versão mais quente de uma lua de Júpiter, Europa, que contém o dobro de água da Terra sob sua crosta.

"GJ 9827d poderia ser metade água, metade rocha", explicou Björn Benneke, da Universidade de Montreal, codiretor da pesquisa. 'E haveria muito vapor d’água em cima de um corpo rochoso menor."

"Até agora não havíamos conseguido detectar diretamente a atmosfera de um planeta tão pequeno. E estamos lentamente chegando lá", contou.

Por três anos, o Hubble analisou a longitude de onda das cores da atmosfera deste planeta, quando a luz da estrela em torno da qual ele orbita é filtrada através de sua atmosfera, e identificou a presença de moléculas de água.

Embora o GJ 9827d tenha uma atmosfera rica em água, sua temperatura de 425°C o torna inabitável.

A descoberta abre caminho para novos estudos do planeta e outros semelhantes, em especial pelo telescópio espacial James Webb, que pode utilizar suas imagens infravermelhas de alta resolução para buscar outras moléculas atmosféricas, como o dióxido de carbono e o metano.

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