MEIO AMBIENTE

Mais de 500 espécies de aves correm risco de extinção nos próximos 100 anos

Muitas aves já estão tão ameaçadas que reduzir os impactos humanos por si só não as salvará, diz estudo

Pássaro-guarda-chuva-de-pescoço-pelado: ameaça de extinção reforça importância de preservação -  (crédito: Wikimedia Commons/University of Reading)
Pássaro-guarda-chuva-de-pescoço-pelado: ameaça de extinção reforça importância de preservação - (crédito: Wikimedia Commons/University of Reading)

Pesquisadores descobriram que as mudanças climáticas e a perda de habitat podem causar a extinção de mais de 500 espécies de aves nos próximos 100 anos. O estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution (e que você pode ler na íntegra neste link) nesta terça-feira (24/6) revela que esse número é três vezes maior do que todas as extinções de aves registradas desde 1500 d.C.

A extinção de aves vulneráveis, como o pássaro-guarda-chuva-de-pescoço-peludo, o calau-de-capacete e o pássaro-sol-de-barriga-amarela, reduziria significativamente a variedade de formas e tamanhos desses animais em todo o mundo, prejudicando ecossistemas que dependem de aves únicas como essas para funções vitais.

Ainda segundo a pesquisa, mesmo com proteção completa contra ameaças causadas pelo homem, como perda de habitat, caça e mudanças climáticas, cerca de 250 espécies de pássaros podem morrer.

  • Calau-de-capacete
    Calau-de-capacete Wikimedia Commons/University of Reading
  • Pássaro-sol-de-barriga-amarela
    Pássaro-sol-de-barriga-amarela Wikimedia Commons/University of Reading

"Muitas aves já estão tão ameaçadas que reduzir os impactos humanos por si só não as salvará. Essas espécies precisam de programas especiais de recuperação, como projetos de reprodução e restauração de habitats, para sobreviver", citou Kerry Stewart, principal autora da pesquisa da Universidade de Reading, no Reino Unido.

Os pesquisadores analisaram 10 mil espécies de pássaros da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza. O estudo descobriu que aves de grande porte são mais vulneráveis à caça e às mudanças climáticas, enquanto aves com asas largas sofrem mais com a perda de habitat.

A professora Manuela Gonzalez-Suarez, autora sênior do estudo, frisou que não basta apenas deter ameaças. "Cerca de 250 a 350 espécies precisarão de medidas complementares de conservação, como programas de reprodução e restauração de habitats, para sobreviverem ao próximo século. Priorizar programas de conservação para apenas 100 das aves ameaçadas mais incomuns poderia salvar 68% da variedade de formas e tamanhos das aves. Essa abordagem poderia ajudar a manter os ecossistemas saudáveis", explicou.

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postado em 24/06/2025 16:27
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