Bem-estar

Molécula de lhama pode ajudar no tratamento de esquizofrenia

Cientistas do Instituto de Genômica Funcional (CNRS/Inserm/Universidade de Montpellier), na França, projetaram um nanocorpo feito de anticorpos de lhama que pode ativar especificamente um receptor envolvido na regulação da atividade neural

Nanocorpo feito de anticorpos do animal atua na regulação da atividade neural  -  (crédito: Juan Mabromata/AFP)
Nanocorpo feito de anticorpos do animal atua na regulação da atividade neural  - (crédito: Juan Mabromata/AFP)

Embora os tratamentos atuais para esquizofrenia — uma doença mental que afeta 1% da população mundial — possam reduzir certos sintomas, eles têm pouco efeito sobre os deficits cognitivos que afetam a vida diária dos pacientes. Agora, cientistas do Instituto de Genômica Funcional (CNRS/Inserm/Universidade de Montpellier), na França, projetaram um nanocorpo feito de anticorpos de lhama que pode ativar especificamente um receptor envolvido na regulação da atividade neural. 

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Administrada perifericamente, via veias ou músculos, a nova molécula demonstrou a capacidade de romper a barreira hematoencefálica e atingir efetivamente os receptores cerebrais, segundo um artigo publicado na revista Nature. O efeito terapêutico foi avaliado em dois modelos pré-clínicos de esquizofrenia, corrigindo os déficits cognitivos observados em camundongos. 

Autismo

Estudos clínicos são agora necessários para demonstrar se a abordagem pode representar uma nova via de tratamento para a esquizofrenia. Segundo os autores, a pesquisa confirma o potencial dos nanocorpos como uma nova estratégia terapêutica para atuar no cérebro, não apenas para essa doença mental, mas, potencialmente, mirando outras condições, incluindo distúrbios do espectro autista e epilepsia.

Segundo os autores, a administração periférica de uma molécula em baixa frequência, aliada à especificidade e durabilidade dos nanocorpos, representa uma nova fronteira nas terapias imunológicas para o cérebro. "Nosso estudo estabelece a prova de conceito de que nanocorpos podem ser usados para atingir receptores cerebrais e induzir mudanças comportamentais duradouras", escrevem os autores. O próximo passo será avaliar a segurança e eficácia da abordagem em modelos mais complexos e, futuramente, em ensaios  com humanos.

 


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postado em 24/07/2025 06:01
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