
Embora os tratamentos atuais para esquizofrenia — uma doença mental que afeta 1% da população mundial — possam reduzir certos sintomas, eles têm pouco efeito sobre os deficits cognitivos que afetam a vida diária dos pacientes. Agora, cientistas do Instituto de Genômica Funcional (CNRS/Inserm/Universidade de Montpellier), na França, projetaram um nanocorpo feito de anticorpos de lhama que pode ativar especificamente um receptor envolvido na regulação da atividade neural.
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Administrada perifericamente, via veias ou músculos, a nova molécula demonstrou a capacidade de romper a barreira hematoencefálica e atingir efetivamente os receptores cerebrais, segundo um artigo publicado na revista Nature. O efeito terapêutico foi avaliado em dois modelos pré-clínicos de esquizofrenia, corrigindo os déficits cognitivos observados em camundongos.
Autismo
Estudos clínicos são agora necessários para demonstrar se a abordagem pode representar uma nova via de tratamento para a esquizofrenia. Segundo os autores, a pesquisa confirma o potencial dos nanocorpos como uma nova estratégia terapêutica para atuar no cérebro, não apenas para essa doença mental, mas, potencialmente, mirando outras condições, incluindo distúrbios do espectro autista e epilepsia.
Segundo os autores, a administração periférica de uma molécula em baixa frequência, aliada à especificidade e durabilidade dos nanocorpos, representa uma nova fronteira nas terapias imunológicas para o cérebro. "Nosso estudo estabelece a prova de conceito de que nanocorpos podem ser usados para atingir receptores cerebrais e induzir mudanças comportamentais duradouras", escrevem os autores. O próximo passo será avaliar a segurança e eficácia da abordagem em modelos mais complexos e, futuramente, em ensaios com humanos.
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