
O telescópio Gemini Sul registrou novas imagens do cometa 3I/ATLAS, o terceiro objeto interestelar observado no nosso Sistema Solar e o mais estranho deles, segundo o James Webb. Os novos registros foram capturados no Chile, onde fica a parte sul do Observatório Internacional Gemini, durante uma sessão remota com estudantes.
Os cientistas estavam reunidos por meio de videochamada com estudantes de todo o mundo como parte de uma iniciativa para aproximar a comunidade das atividades do Observatório. Na sessão, o público poderia acompanhar as observações em tempo real e o que era para ser uma atividade rotineira se tornou o registro de novas características que vão ajudar pesquisadores a entender melhor esse objeto curioso.
A novidade observada no Chile é a cauda crescente do cometa, que traz novos indícios para medição da composição e cores do 3I/ATLAS.
“Os objetivos principais das observações eram observar as cores do cometa, que fornecem pistas sobre a composição e o tamanho das partículas de poeira na cabeleira, e obter espectros para uma medição direta da química”, relata Karen Meech, astrônoma do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí. “Ficamos animados ao ver o crescimento da cauda, sugerindo uma mudança nas partículas em relação às imagens anteriores do Gemini, e tivemos nosso primeiro vislumbre da química a partir do espectro.”
As novas observações permitiram aos cientistas verificar semelhanças do objeto interestelar com cometas do nosso Sistema Solar. Segundo os registros, a poeira e o gelo presente no 3I/ATLAS são amplamente parecidos.
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Outras características observadas são uma ampla coma — nuvem de gás e poeira em volta do núcleo do planeta — e a cauda alongada apontando para longe do Sol. As imagens da estrutura do corpo cósmico mostram que ele se tornou mais ativo desde que adentrou nossa vizinhança.
Segundo Bryce Bolin, cientista pesquisador da Eureka Scientific, as observações “fornecem uma visão de tirar o fôlego e dados científicos cruciais”. “Cada cometa interestelar é um mensageiro de outro sistema estelar e, ao estudar sua luz e cor, podemos começar a entender a diversidade de mundos além do nosso.”, destaca.
No mínimo, peculiar
O primeiro registro do 3I/ATLAS foi feito há pouco menos de dois meses e, desde então, ele não cansa de surpreender os cientistas. Um das peculiaridades é que a trajetória dele não tem o Sol como destino, ao contrário dos demais cometas, mas viaja em uma órbita hiperbólica, o que significa que o corpo celeste não retorna ao ponto de partida e deve se afastar da Terra em breve — por isso, é bom aproveitar enquanto pode para analisar esse estranho visitante.
Outra diferença diz respeito à composição química da coma. O 3I/ATLAS é o cometa com maior composição de dióxido de carbono (CO2) já visto, o que impulsiona a atividade dele pelo espaço.
A órbita do visitante do Sistema Solar também é muito rápida, cerca de 60 km/s, a maior entre os três cometas interestelares já observados.
Ciência e Saúde
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