
Pesquisadores desenvolveram a primeira simulação bem-sucedida de tempestades induzidas por incêndios florestais, conhecidas como nuvens pirocumulonimbus. O estudo reproduziu o tempo, a altura e a força observados da nuvem de tempestade do incêndio Creek, na Califórnia (EUA), considerado uma das principais nuvens pirocumulonimbus já vistas nos Estados Unidos.
Em 5 de setembro de 2020, o incêndio Creek tornou-se tão grave que começou a produzir o próprio sistema climático. O calor extremo do incêndio produziu uma nuvem de tempestade explosiva que lançou raios e atiçou ainda mais as chamas.
Segundo a pesquisa, quando uma nuvem pirocumulonimbus se forma, ela injeta fumaça e umidade na atmosfera superior em magnitudes comparáveis às de pequenas erupções vulcânicas, impactando a maneira como a atmosfera terrestre recebe e reflete a luz solar. Esses aerossóis de fogo podem persistir por meses, alterando a composição estratosférica.
"Quando transportados para regiões polares, afetam a dinâmica do ozônio antártico, modificam as nuvens e o albedo e aceleram o derretimento do gelo e da neve, remodelando os feedbacks climáticos polares. Cientistas estimam que dezenas a centenas dessas tempestades ocorrem globalmente a cada ano, e que a tendência de incêndios florestais cada vez mais severos só aumentará seus números", diz o estudo.
O pesquisador Ziming Ke destaca que o trabalho é um avanço inédito na modelagem do sistema terrestre. "Ele não apenas demonstra como eventos extremos de incêndios florestais podem ser estudados em modelos do sistema terrestre, mas também comprova a crescente capacidade do Desert Research Institute no desenvolvimento de modelos do sistema terrestre — um ponto forte que posiciona o instituto para liderar avanços futuros na ciência da relação entre incêndios florestais e clima", pontua Ziming Ke.
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Para os pesquisadores, a modelagem pode contribuir para a resiliência e a preparação dos países, além de fornecer a estrutura para a exploração futura dessas tempestades em escalas regionais e globais.
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Ciência e Saúde
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