
Começou a corrida contra o tempo para que astrônomos decidam se devem ou não tentar impedir que o asteroide 2024 YR4 colida com a Lua em 2032. De acordo com a revista News Cientist, uma nova oportunidade de observação do corpo celeste com o Telescópio Espacial James Webb (JWST) está prevista para fevereiro de 2026 e pode ser crucial para definir se uma missão de desvio será necessária.
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Descoberto em 27 de dezembro 2024, o 2024 YR4 chegou a ter a maior probabilidade de impacto com a Terra entre todos os asteroides conhecidos. Inicialmente, os cálculos apontavam uma chance de 1 em 32 de colisão, mas novas observações descartaram esse risco. No entanto, permanece uma possibilidade de cerca de 4% de que o asteroide atinja a Lua, o que poderia gerar estilhaços capazes de danificar satélites em órbita da Terra.
Segundo o pesquisador Andrew Rivkin, da Universidade Johns Hopkins, essa próxima observação será uma das últimas chances de melhorar os cálculos sobre a trajetória do asteroide antes de 2028, quando ele voltará a ser visível da Terra. "Em 2028, as coisas estariam muito, muito apertadas. Conseguir observar no início de 2026 dá um tempo extra", explicou Rivkin à News Scientist.
Os cientistas estimam que há 80% de chance de as novas medições reduzirem o risco de impacto lunar para menos de 1%, mas também existe uma pequena probabilidade, de 5%, de que a ameaça aumente para mais de 30%. Caso isso ocorra, as agências espaciais podem considerar uma missão de deflexão — desvio da posição natural —, incluindo até a detonação controlada de explosivos próximos ao asteroide.
Richard Moissl, da Agência Espacial Europeia (ESA), afirmou que não há missões de desvio ou reconhecimento previstas no orçamento atual. “Decidimos definitivamente esperar até o próximo ano para ter mais informações e tempo para avaliar as opções”, disse.
Segundo os especialistas, as decisões envolvem o debate sobre até onde vai a chamada “defesa planetária”, e se ela deve incluir a proteção da Lua e dos satélites artificiais que orbitam a Terra.

Ciência e Saúde
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