
O cometa interestelar 3I/Atlas, visitante raro vindo de fora do Sistema Solar, está se aproximando da Terra e deve alcançar a menor distância em 19 de dezembro, quando estará a "apenas" 269 milhões de quilômetros do planeta. A aproximação tem permitido que observatórios espaciais e sondas que nem estavam buscando o cometa registrem imagens inéditas e surpreendentes do objeto.
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O Telescópio Espacial Hubble fotografou o 3I/ATLAS em 30 de novembro. Naquele momento, o cometa estava a cerca de 286 milhões de quilômetros da Terra e exibia um brilho maior do que nas primeiras observações, feitas em julho, pouco depois de sua descoberta. Na imagem mais recente, as estrelas ao fundo aparecem como rastros de luz, já que o Hubble precisou acompanhar o movimento rápido do visitante interestelar.
Outra surpresa veio da sonda europeia JUICE, que está a caminho de Júpiter. Mesmo sem estar preparada para enviar dados rapidamente, a equipe da missão conseguiu baixar parte de uma imagem registrada em novembro. A espaçonave estava a apenas 66 milhões de quilômetros do cometa e conseguiu capturar detalhes impressionantes, incluindo suas duas caudas, a de plasma que aponta na direção oposta ao Sol, e a cauda de poeira, que reflete partículas maiores liberadas pelo núcleo. Uma "anticauda" também foi observada, apontando para o Sol por causa do tamanho dos grãos expelidos.
A missão PUNCH, da NASA, que estava monitorando outro cometa, o 2025 R2 (SWAN), registrou o 3I/ATLAS “de surpresa” em imagens. A mesma situação ocorreu com a missão STEREO, que estuda a atividade solar. Inicialmente, acreditava-se que o cometa era muito fraco para ser visto, mas o uso de técnicas de processamento de imagem e múltiplas exposições permitiram revelar um brilho discreto.
O cometa também apareceu nas observações da SOHO, missão da NASA e da ESA que orbita o ponto de Lagrange 1, entre o Sol e a Terra. Assim como no caso da STEREO, a identificação só foi possível graças ao processamento cuidadoso de imagens. A SOHO é considerada a maior “descobridora de cometas” da história, com mais de 5 mil achados, muitos deles identificados com a ajuda de cientistas cidadãos.

Ciência e Saúde
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