
Nos últimos anos, a preocupação com o meio ambiente se tornou um tema importante para a sociedade. Uma pesquisa recente, divulgada pela Revista da Sociedade Real de Medicina, revelou que as mudanças climáticas podem afetar nossas vidas de maneiras diferentes, não só com o aumento de temperatura e o acontecimento de desastres naturais agravados pelas condições climáticas, mas influenciando até no surgimento de doenças como o câncer de pele.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), nos últimos 11 anos, o Brasil registrou um aumento nos casos de câncer de pele, que é o tipo da doença que mais atinge os brasileiros. Os novos casos identificados da doença por ano aumentaram 20%. No ano de 2014, 182 mil brasileiros receberam o diagnóstico de câncer de pele, já em 2025, esse número saltou para 220 mil.
O aumento da temperatura e a intensificação dos raios ultravioletas podem causar os tumores principalmente por meio de danos diretos ao DNA das células da pele que são potencializados pelo calor. A oncologista Camila Jappour Naegele, da Rede D'Or, reforça que com o aumento da temperatura é preciso se cuidar ao realizar tarefas ao ar livre.
“Muitas pessoas vão à praia, praticam esportes, fazem caminhadas, ciclismo e turismo, sem a devida proteção solar. A situação se agrava quando vestem roupas mais curtas, sem mangas e decotes, sem usar o protetor solar", pontuou a especialista.
Outro fator que influencia no número de casos da doença é a localização geográfica, que acomete mais pessoas em áreas mais quentes, como regiões tropicais. Um estudo da Universidade de Oxford e do Wexham Park Hospital, no Reino Unido, comprovou que casos de câncer não melanoma crescem em 5% a cada grau Celsius a mais de temperatura.
A melhor medida contra o câncer de pele ainda é se prevenir. O uso de protetor solar e roupas que oferecem proteção ultra violeta são indispensáveis, é recomendado também se proteger do sol em horários em que a temperatura é mais intensa, das 10h às 16h.
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A oncologista Camila ressalta que é preciso ter cuidado também com a região do couro cabeludo, que está frequentemente exposta ao Sol. “Nesta região é preciso passar protetor solar ou usar boné ou chapéu”, ressaltou Camila.
*Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer

Ciência e Saúde
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