
O Vaticano está em luto, mas os bastidores acerca do Conclave, nome dado ao procedimento de escolha do novo Papa, seguem. Falecido nesta segunda-feira (21) aos 88 anos, o Papa Francisco deixa para trás um legado de reformas e... receios. Segundo revelou a correspondente da Globo na Itália, Ilze Scamparini, o pontífice argentino não escondia um temor específico e, ao mesmo tempo, polêmico: a influência do Presidente norte-americano Donald Trump no próximo Conclave, que ele já previa em vida.
Durante a cobertura especial na GloboNews, Ilze disse: “O papa temeu a influência que Donald Trump poderia exercer ou poderá exercer no próximo Conclave. Trump chegou a falar que o próximo papa não deveria causar divisões, referindo-se a Francisco.” A fala, até então desconhecida do grande público, revela um jogo de poder silencioso que corre paralelo à fé.
Direto de um telhado, Ilze Scamparini conta que Papa Francisco temia a influência de Donald Trump no próximo Conclave.
— BCharts (@bchartsnet) April 21, 2025
Francisco não queria que seu sucessor fosse um conservador que fizesse a Igreja retroceder e cancelasse as reformas feitas por ele. pic.twitter.com/SlyP3mUipq
Para Francisco, o pior pesadelo seria ver suas reformas desfeitas por um sucessor conservador. “Ele não queria que fosse alguém que levasse a Igreja para trás, que cancelasse as suas reformas, feitas com tanto sacrifício, sob tanta pressão, até sob acusações de heresia”, explicou Ilze, revelando a tensão que o papa carregava nos bastidores da Santa Sé.
A jornalista ainda apontou nomes que despontam como favoritos para assumir o trono de São Pedro, caso o Conclave seja convocado com urgência, o que pode ocorrer devido ao Jubileu que se aproxima. Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha, é um dos preferidos para manter o legado de Francisco, sendo considerado um “Francisco II”. Jovem e diplomata, ele reúne as qualidades que o atual cenário exige, em meio a guerras e crises internas.
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Mas o nome de Pietro Parolin também ganha força. Atual Secretário de Estado do Vaticano, ele pode ser uma solução rápida e moderada para evitar um vácuo de liderança em um dos anos mais importantes para o turismo e a fé em Roma. “As finanças Vaticanas não estão muito bem. Essa pressa poderia levar para um candidato moderado como o próprio Cardeal Pietro Parolin”, explicou Ilze.
E se a Igreja pender para o conservadorismo? Ilze também entrega: “Se a Igreja quiser um perfil conservador, existem vários nomes. Um deles, muito prestigiado, é o húngaro Péter Erd. Falam também de um africano, o Cardeal Ambongo, que é congolês.”
Fabiano Moraes
Fabiano Moraes
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