
A noite de quarta-feira (14/5) foi marcada por um verdadeiro espetáculo nos céus do Distrito Federal: moradores registraram uma intensa “bola de fogo” cortando o firmamento e logo começaram as especulações. Para muitos, parecia o prenúncio de um meteoro. Mas a verdade, revelada por especialistas da Bramon (Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros), é ainda mais curiosa, e assustadora.
Segundo a Bramon, o fenômeno não tinha nada de celestial. Tratava-se, na realidade, de lixo espacial. Isso mesmo. Após analisar as imagens e cruzar os dados com informações de objetos em órbita, os especialistas identificaram o corpo de um antigo foguete da SpaceX como o responsável pelo brilho flamejante.
“A partir da análise dos dados e da comparação com objetos em órbita com previsão de reentrada, a Bramon identificou que o item mais compatível com a trajetória observada é o corpo de um foguete Falcon 9 da SpaceX, identificado pelo Norad 40108”, informou a rede.
O foguete em questão foi lançado em 5 de agosto de 2014 como parte da missão que levou o satélite AsiaSat 8 à órbita geoestacionária, garantindo comunicações para a Ásia e o Pacífico. Mas o que ninguém imaginava é que, anos depois, uma parte da nave, o segundo estágio, seguiria vagando pelo espaço até cair de volta à Terra, provocando esse verdadeiro susto coletivo.
Saiba Mais
A reentrada atmosférica do Falcon 9 foi o suficiente para incendiar os olhos dos brasileiros e acender o alerta de que, sim, o lixo espacial está mais perto de nós do que se pensa. A explicação científica acalmou os ânimos, mas deixou um rastro de inquietação: quantas outras “bolas de fogo” como essa ainda cruzarão nossos céus sem aviso?