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Crise em franquias odontológicas levanta debate sobre o modelo de negócio

Especialista Dr. Igor Steinmeyer aponta riscos de desequilíbrio financeiro e alerta para impactos em franqueados e pacientes

 

A recente crise envolvendo a rede OdontoCompany reacendeu discussões sobre a sustentabilidade do modelo de franquias odontológicas no Brasil. Conhecida como uma das maiores do setor na América Latina, a empresa enfrenta uma série de desafios operacionais e jurídicos após uma fusão com marcas concorrentes, levando a um cenário de instabilidade que afeta centenas de unidades franqueadas.

O caso tem chamado a atenção de especialistas, que veem na situação um reflexo das fragilidades estruturais de parte do mercado. Para o Dr. Igor Steinmeyer, mentor de dentistas e especialista no setor odontológico, o episódio evidencia os riscos de um modelo que, muitas vezes, sobrecarrega o franqueado. “A promessa de sucesso baseada unicamente na força da marca pode ser ilusória quando não há equilíbrio entre o que se paga e o suporte oferecido pela franqueadora”, afirma.

Segundo ele, um dos principais problemas em algumas redes é a alta carga de royalties e taxas, que nem sempre são acompanhadas de uma entrega proporcional em termos de gestão, marketing ou treinamento. “Franqueados acabam assumindo responsabilidades operacionais e financeiras pesadas, sem a estrutura necessária para garantir a sustentabilidade do negócio”, diz Igor Steinmeyer.

Outro ponto destacado pelo especialista é a forma como certas franquias expandem sua atuação. A abertura de novas unidades sem análise criteriosa de viabilidade pode levar à saturação de mercados locais. “A concorrência interna prejudica a rentabilidade de todos. Em vez de fortalecer a marca, isso pode criar um efeito colateral grave: o fechamento de unidades e o abandono de pacientes no meio de tratamentos”, alerta o especialista.

Para o Dr. Igor, o modelo de franquia continua sendo uma via possível de crescimento no setor odontológico, desde que seja construído com responsabilidade e foco no longo prazo. “É preciso transparência, suporte real e alinhamento de interesses. Quando a relação se baseia apenas na transferência de risco para o franqueado, o sistema se torna insustentável”,Finaliza.

A crise da OdontoCompany, nesse caso, se concretiza e realmente pode levar ao fechamento de 600 a 800 unidades nos próximos meses, o que terá um impacto direto e negativo, não apenas no universo das franquias odontológicas, mas na odontologia como um todo”, alerta o Dr. Igor Steinmeyer. Para ele, o possível abandono de tratamentos e a má experiência vivida por pacientes nessas clínicas podem gerar uma crise de credibilidade generalizada no setor, afetando também consultórios tradicionais que não fazem parte de redes franqueadas.

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