A experimentação é uma característica que marca a carreira do duo Twenty-One Pilots desde o princípio. A banda, que mistura hip-hop, pop e rock, apresentou um novo lado nesta sexta-feira (21/5) com o álbum Scaled and icy. Alegre e positivo, o disco apresenta mais uma vez o quão camaleônico o duo de Ohio é e o quanto o repertório ainda guarda diferentes possibilidades.
Formado por Tyler Joseph e Josh Dun, o Twenty-One Pilots era promissor na música alternativa até 2015, quando alcançou o topo das paradas com duas músicas diferentes do álbum Blurryface: Stressed out e Ride. Na sequência da fama repentina, a dupla fez uma música original para o badalado longa Esquadrão Suicida, ganhou um Grammy e, em 2018, lançou Trench, disco que os elevou ao posto de atração principal em grandes eventos. Cabia a Scaled and icy consolidar o duo na posição que conquistou, mas o álbum fez mais e surpreendeu.
Toda a carreira de Tyler e Josh foi regida pelo conceitual, mas também sempre tocou em temas importantes para uma nova geração de jovens interessados no mundo musical. Depressão, ansiedade e solidão eram sentimentos tratados nas músicas. A banda juntava uma multidão de fãs em todos os shows porque conseguia conversar com um público que não se sentia contemplado por esses temas. E, justamente em um momento de muita solidão, o duo caminha para outro lugar, levando o público a ver que há uma luz no fim do túnel.
Scaled and icy é um trabalho feliz, com baladas de piano e músicas de energia dançante. O álbum evoca referências que vão de clássicos como Queen a grandes nomes contemporâneos como Weezer e The Killers. A mensagem transmitida também é no mesmo tom. O álbum abre com a faixa Good days ("Dias bons", em tradução literal), em que Tyler canta “Eu sei que é difícil de acreditar em mim, mas hoje é um bom dia”. Quando o mundo ainda passa por momentos difíceis por causa da pandemia, a banda apresenta sentimentos bons, mas sem fingir que está tudo bem e sim para lembrar que pode ficar.
Com a escolha por mais positividade, a banda poderia mudar muito o estilo de composição, se debruçar no pop e esquecer o lado mais experimental. No entanto, ela faz o oposto. O duo adaptou a forma como faz música com a mistura de gêneros, o foco nas linhas de bateria e a variação de instrumentos para as canções mais felizes. Ainda há os sintetizadores e as guitarras distorcidas, mas o piano ganha mais espaço do que tinha em trabalhos anteriores, o ukulele retorna em trechos e na canção Mulberry street, trompetes fazem uma participação no arranjo.
O Twenty-One Pilots não teve medo de mudar e, pela primeira, vez mergulhou de cabeça em um trabalho completamente diferente. No entanto, eles fazem isso com um motivo e uma construção bem delimitada: conversar com o público. Independente de agora estarem consolidados como uma grande banda da geração atual, eles ainda olham por aqueles que os acompanham. No momento em que viu que o público talvez precisasse de menos densidade e mais otimismo, o duo entregou uma música mais leve e positiva.
Twenty-One Pilots para o mundo
Para mostrar de uma vez por todas que estão consolidados como estrelas globais, Tyler Joseph e Josh Dun fazem, nesta sexta-feira (21/5), uma live paga, com transmissão para todos os continentes. Conhecida como uma banda de shows inesquecíveis, ela vão entregar toda essa energia virtualmente enquanto não pode ter o contato pessoal com o público.
O show virtual será às 21h, horário de Brasília, em uma plataforma da banda. Os ingressos custam US$ 20. Será a primeira vez que o Twenty-One Pilots apresentará as músicas do Scaled an icy e transmitirá a mensagem de que dias melhores virão.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.