Música

Roda de samba que nasceu na pandemia veio para crescer o gênero no DF

O grupo SambôChorô foi formado durante a pandemia e tem potencial para se juntar às melhores rodas de samba do DF

Irlam Rocha Lima
postado em 05/01/2022 06:00 / atualizado em 05/01/2022 06:21
 (crédito: Thomas Edson)
(crédito: Thomas Edson)

A grande maioria dos artistas brasilienses ficou impossibilitada, durante um longo período, de exercer seu ofício, em função da quarentena, determinada pela pandemia. Mas, por outro lado, no segmento da música, houve quem se dedicasse a diferentes projetos. Um deles, intitulado SambôChorô, foi desenvolvido entre julho e novembro no Outro Calaf, no Setor Bancário Sul, com a participação de quatro instrumentistas e duas cantoras de diferentes gerações.

Informalmente reunidos num conjunto, o violonista Auguso Contreras e o saxofonista Manoel Cavalho, ambos veteranos, se juntaram a Cecy Wenceslau, Marina Flores, Iza do Cavaco e ao percussionista Augustinho Rodrigues numa roda de samba de choro que ocorria nas tardes de sábado. O entrosamento obtido durante os quatro meses levou os músicos a criarem uma banda, que recebeu o nome do projeto ao qual vinham se dedicando. Assim surgiu o SambôChorô.

Com agenda aberta, o grupo retoma as atividades em breve. "Primeiramente, vamos gravar alguns áudios para divulgar o trabalho nas plataformas digitais", explica Contreras, violonista virtuoso, um dos fundadores do Clube do Choro de Brasília e do regional Choro Livre, com o qual acompanhou grandes nomes da MPB, como Paulinho da Viola, Altamiro Carrilho, Paulo Moura, Turíbio Santos e Armandinho Macedo. "Já estamos sendo contatados para shows em eventos particulares e vamos nos programar para fazer apresentações no circuito das casas noturnas da cidade", diz.

Saxofonista que criou a Brasília Popular Orquestra (Brapo), ex-professor da Escola de Música, ex-integrante da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, Manoel Carvalho é considerado um exímio instrumentista de sopro. Ele acredita que o SambôChorô vai dar contribuição importante para a cena musical brasiliense. "Nossa proposta é levar ao público a releitura de clássicos do samba e do choro ao focalizar o obra dos mestres desses gêneros tradicionais, de Cartola a Pixinguinha, de Monarco a Waldir Azevedo", ressalta.

Uma das vocalistas da banda, Cecy Wenceslau foi a última a se juntar ao SambôChorô. Cantora, compositora, com passagem pelo teatro, ela mostra-se entusiasmada com a perspectiva do retorno da banda aos palcos. "Não vejo a hora de voltarmos a levar nosso trabalho às pessoas que já o conhecem. Mas queremos chegar também a novas plateias. Certamente este é, igualmente, o desejo de Augusto Contreras, Manoel Carvalho, Iza do Cavaco, Marina Flores e Augustinho Rodrigues, que, de forma carinhosa, me acolheram nesse projeto".

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