Literatura

Triângulo amoroso em meio a guerra de Canudos para atrair público jovem

'Amor e guerra em Canudos' é o romance de Lourenço Cazarré que chega às prateleiras pela editora Yellowfante

Nahima Maciel
postado em 12/01/2022 06:00
Lourenço Cazarré: trama de amor na guerra -  (crédito: Juliano Cazarré)
Lourenço Cazarré: trama de amor na guerra - (crédito: Juliano Cazarré)

Lourenço Cazarré sempre foi fascinado pela história de Canudos e, sobretudo, pela maneira como Euclides da Cunha construiu a narrativa histórica em Os sertões. Nos anos 1970, decidiu que escreveria uma ficção baseada no episódio, mas foi atropelado pelo romance A guerra do fim do mundo, a versão de Mario Vargas Llosa, publicada em 1981 para a história de Antonio Conselheiro e seu império. Cazarré desistiu, até se deparar com outro romance, Veredicto em Canudos, de Sándor Márai."Quando li, fiquei impressionado", conta. Ele retomou então a ideia e escreveu Amor e guerra em Canudos, que chega às prateleiras pela editora Yellowfante.

No romance infantojuvenil de Cazarré, Guilhermina é uma adolescente que, com a mãe, monta uma escola para meninas em Canudos. Antônio Conselheiro não gosta muito, mas as duas seguem com o plano. É nesse contexto que a moça encontra dois rapazes, um tenente e um poeta, que se encantam com ela. "Como escrevo para jovens, percebi que precisava fazer um livro interessante para meninas e meninos. Quando inventei a menina, já imaginei um triângulo amoroso entre ela e dois rapazes. E, obviamente, imaginei que os dois iam se envolver na guerra de Canudos, no combate", conta o autor.

Cazarré trabalhou no texto durante os últimos dois anos. Pesquisou, leu muitos livros e manteve algumas referências como a cronológica. "A cronologia das histórias segue a cronologia da guerra, rigorosamente", avisa. Amor e guerra em Canudos ficou com 55 mil palavras, cerca de 25 mil a mais do máximo que Cazarré se permite para romances destinados ao público jovem. "Mas não tinha jeito, era a história que eu tinha que contar", diz.

O livro foi adotado pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) e deve começar a fazer parte da lista de leitura de milhares de jovens brasileiros. "Minha ideia é que esse livro dá uma série de tevê, uma mininovela. É uma literatura para jovens em cima de uma história real que gerou o maior livro da literatura brasileira, que é Os sertões. Euclides é um animal, um monstro. É minha velha paixão pelos sertões que me levou a escrever esse livro. Foi um desafio a história, uma loucura, uma trabalheira de dois anos", garante Lourenço Cazarré.


Amor e guerra em Canudos

De Lourenço Cazarré. Yellowfante,
224 páginas. R$ 46,25

 

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