Cinema

'Missão: impossível' conta com inteligência artificial para criar caos

'Missão: Impossível — Acerto de contas — Parte 1' chega aos cinemas, passados mais de três anos desde o início das filmagens e superados problemas de produção

Ricardo Daehn
postado em 13/07/2023 00:01 / atualizado em 13/07/2023 10:14
Tom Cruise e Vanessa Kirby formam dupla em 'Missão: impossível'
 -  (crédito:  Christian Black)
Tom Cruise e Vanessa Kirby formam dupla em 'Missão: impossível' - (crédito: Christian Black)

Um inimigo chamado de entidade, com frieza e lógica, toma de assalto os bastidores das ações dos personagens de Missão: Impossível — Acerto de contas — Parte 1, que tem pouco mais de duas horas e meia de duração. Comandado por Christopher McQuarrie, à frente da franquia estrelada por Tom Cruise desde 2015, nos três últimos filmes do bloco de sete títulos, o novo longa estourou orçamentos, chegando à casa dos US$ 290 milhões, e driblou a crise sanitária mundial, diante do avanço da covid-19. Pouco disso, porém, parece ter impactado no teor de qualidade do longa. Além disso, a atualidade dos temas é gritante: há realidade alterada por manipulação de dados digitais e submarino indetectável e sujeito ao impacto de torpedos e de explosões, além de registro de devastação ecológica sem precedentes.

Entre impostores e naufrágio marinho, o filme coloca no eixo a presença de Ilsa (Rebecca Ferguson), uma antiga agente, e o espectador se vê apresentado à gatuna Grace (Hayley Atwell). No entendimento da futura parceira de Ethan Hunt (Cruise), ela não deve ser culpada por tentar "vencer na vida, desonestamente". Peça importante no que parece um jogo de xadrez humano, Grace, com a leveza de uma batedora de carteira, se envolve numa disputa por icônica chave, que a todo momento, muda de dono, mas que — curiosamente — poucos sabem ao que dá acesso.

Na ponta da disputa pelo misterioso artefato está Gabriel (Esai Morales), a quem o espião Hunt atribui questões ligadas à própria existência: "Ele me tornou quem sou hoje", chega a dizer. Ao lado de Ethan Hunt estão os peritos tecnológicos Benji (Simon Pegg) e Luther (Ving Rhames). Também distantes das lutas corporais que são um dos pontos altos do filme afirmam-se tipos como Delinger (Cary Elwes); Kittridge (Henry Czerny), antigo diretor da Impossible Mission Force (IMF), e Alanna, conhecida como Viúva Branca (Vanessa Kirby), lembrada como exímia negociadora de armas da franquia. A personagem de Kirby, de alguma forma, será a garantia para que Grace tenha um plano paralelo de vida, depois que uma série de acusações vem à tona, entre as quais um episódio de resistência à prisão no Rio de Janeiro.

Amsterdã (Holanda), Iêmen, Mar de Bering (perto dos oceanos Ártico e Pacífico), Emirados Árabes e uma região perto de Innsbruck (Áustria), além de Roma e Veneza são algumas das localidades aproveitadas, ao longo do enredo de Acerto de contas — Parte 1. Uma parte importante das marcas dos filmes estrelados pela elite dos espiões segue preservada: da autodestruição de pistas ao expresso risco dos artefatos nucleares, passando pelo sistemático uso de disfarce ultrassofisticados.

Quem paira como assombração loura, no decorrer de toda a trama, é a sorrateira Paris (Pom Klementieff), finalmente com uma função muito essencial — capaz de selar o destino do herói supremo de Missão: Impossível. Com registro da porção austríaca da rota do Expresso Oriente, no qual Paris se mostrará mais efetiva do nunca, Missão: Impossível traz uma eletrizante e cômica cena de fuga, dos personagens de Cruise e de Hayley Atwell, que envolve uma motocicleta e um aparentemente inofensivo e frágil Fiat 500. Contando com opções que vão da prisão à morte, cabe à personagem Grace uma escolha que injeta consequências irreversíveis nos destinos de Ethan Hunt e daqueles que o cercam com planos cada vez mais dependentes do improviso. É daí que surge a adrenalina em alta voltagem do filme que tem previsão de continuação para 2024.

 


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