Música

Lollapalooza 2024 começa com dia histórico e chuvoso

O festival sediado em São Paulo trouxe o aguardado show do Blink-182 em dia de chuva insistente

Blink-182 fecharam o primeiro dia do Lollapalooza  -  (crédito: Reprodução/Globoplay)
Blink-182 fecharam o primeiro dia do Lollapalooza - (crédito: Reprodução/Globoplay)
postado em 23/03/2024 00:29 / atualizado em 23/03/2024 00:30

Um dos maiores eventos anuais do calendário do entretenimento brasileiro, o Lollapalooza Brasil 2024 iniciou os trabalhos nesta sexta-feira (22/3) no autódromo de Interlagos, na Zona Sul de São Paulo. O dia de estreia do festival deste ano teve duas peculiaridades: a insistência da chuva e de um publico que aguardava por anos o histórico show da banda Blink-182.

Além dos estadunidenses do punk rock, o dia teve nomes como Arcade Fire, The Offspring, Diplo, Jungle, Fletcher, Marcelo D2, BaianaSystem, Luísa Sonza, Lourena e Maneva.

No entanto, o que parecia tomar o protagonismo era a chuva. Fina, porém constante, a intempérie tornou a capa uma parte integrante do visual de praticamente todos os frequentadores do festival. Com a chuva, veio a lama que também atrapalhou, mas sem impedir a diversão do público que lotou o autódromo na 11ª edição do evento.

Destaques

Uma das maiores atrações brasileiras da line-up, Luiza Sonza recebeu um horário importante na tarde do primeiro dia. Acostumada com os principais palcos do Brasil nos últimos anos, a cantora, que é até estrela de documentário da Netflix, fez um show maior do que de muitos estrangeiros do dia. Com uma estrutura de palco grandiosa, um grupo de mais de 10 dançarinos somados a uma banda completa, a cantora em pilhou hits e coreografias em show inflamado, inclusive por maquinas que soltavam labaredas para o alto.

Na busca por fazer um encontro da modernidade do hip-hop com a tradição do samba e dos malandros cariocas, Marcelo D2 trouxe uma apresentação com a sincopa do Rio de Janeiro para uma tarde fria e chuvosa de São Paulo. No show do disco Iboru, lançado em 2023, D2 fez Interlagos sambar e lotou o palco alternativo mesmo competindo com a cantora norte-americana Fletcher. “Eu já estive aqui com o Planet Hemp, com a Procura da Batida Perfeita e agora trouxe para vocês o novo samba tradicional. Então faz barulho”, bradou o artista que misturou os instrumentos das rodas de samba com a bateria eletrônica 808 e clama ter criado este movimento que chama de novo samba tradicional.

A surpresa do dia veio ao anoitecer. Os britânicos da banda Jungle colocaram os brasileiros para dançar com as composições sofisticadas e as vozes agudas que os proporcionaram três passagens em território nacional até agora. A apresentação tinha um tom inicial despretensioso, mas a sintonia do grupo contagiou os espectadores. Apesar de menos conhecidos fora do nicho alternativo, Jungle fez um show com cacife de atração principal. Chamaram atenção os jogos de luzes e o simples e acertado telão.

Uma das principais atrações do ano, Arcade Fire voltou a linha mais alta da line-up do evento após ter sido headliner em 2014. Há 10 anos este grupo já capitaneava o festival. De lá para cá, muita coisa mudou, a própria banda trocou de formação, mas uma coisa continua imutável: o poder do Arcade Fire de emocionar o publico brasileiro.

Com um show especial, passeando pelos 16 anos de banda, os artistas fizeram até a chuva fina e insistente parar por uma hora. Dos hits como Wake up, The suburbs e Afterlife, os canadenses caminharam para conquistar mais uma vez o amor do publico brasileiro com uma versão própria, e bastante dançante, de Águas de março.

Para fechar a noite, uma das atrações mais esperadas da história do festival. A banda Blink-182 foi a responsável por encerrar o primeiro dia de shows do Lollapalooza Brasil 2024.

Com uma apresentação enérgica e cheia de interação com o público e piadas, o Blink deixou a impressão de que foi o headliner que o festival sempre precisou. Tudo que fizeram foi simples. O grupo estadunidense não necessita de pirotecnias ou grandes cenários. Só de subirem ao palco com os instrumentos já fizeram tudo que o público que esgotou os ingressos do dia queria.

“Espero que tenhamos valido a longa espera” disse o vocalista Mark Hoppus. A banda, que tem mais de 30 anos de estrada, tocou pela primeira vez no Brasil e cada acorde das guitarras distorcidas do punk rock que ajudaram a pavimentar para novas gerações parecia uma carta de agradecimento para esses fãs que os esperavam desde sempre. Nada faria os fiéis seguidores desistirem. Se o fato da banda cancelar a vinda para edição passada do festival não fez, um dia chuvoso na terra da garoa não seria capaz.

Na noite do dia 22 de março de 2024 Blink-182 sabia que estava fazendo história: “Blink é maior que Beatles”, disse Hoppus uma afirmação que parecia cheia de razão após fazerem todo o público viver uma verdadeira e eterna adolescência no primeiro dia desse Lollapalooza em Interlagos.

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