TELEVISÃO

"A coisa mais linda no ser humano é o poder interior", afirma Juliana Knust

Juliana Knust está no ar em Reis, quarta produção bíblica, e na reprise de Apocalipse, à tarde. Enquanto aguarda novos lançamentos da Record, atriz de 43 anos e quase 30 de carreira relembra o início em Malhação e fala sobre também ser mãe e empresária

Juliana Knust, atriz -  (crédito: Priscila Nichelli)
Juliana Knust, atriz - (crédito: Priscila Nichelli)

Assim como inúmeros nomes que hoje compõem o rol de estrelas da televisão brasileira, Juliana Knust iniciou sua carreira profissional aos 15 anos, na temporada de 1997 de Malhação. De lá para cá, a atriz de 43 anos coleciona participações em mais de 20 novelas e seriados, três filmes e 10 espetáculos. A notoriedade junto ao grande público veio ao interpretar a personagem Sandra na novela Celebridade, de Gilberto Braga, sua primeira novela no horário nobre, em 2003. Como a sobrinha da protagonista vivida por Malu Mader que se dividia entre os jovens galãs Bruno Gagliasso e Paulo Vilhena, seu nome se consolidou e ela pode ser vista posteriormente em outras novelas do horário nobre, como América (2005), Duas caras (2007) e Fina estampa (2011). 

Em 2017, com 20 anos consecutivos na TV Globo, Juliana abriu novos caminhos em sua vida profissional e migrou para a Record TV. Após fazer uma participação especial em Belaventura, ela foi convidada para protagonizar Apocalipse, novela bíblica contemporânea que está sendo reprisada à tarde. A atriz ainda participou de Jezabel (2019) e fez a série Todas as garotas em mim (2022). Agora, a mãe de Mateus, 15, e Arthur, 9, está em Reis e aguarda o lançamento de outros projetos da emissora do Bispo, como a série Estranho amor, em que viverá uma delegada que combate a violência contra a mulher. 

  • Juliana Knust, atriz
    Juliana Knust, atriz Priscila Nichelli
  • Juliana Knust, atriz
    Juliana Knust, atriz Priscila Nicheli/Divulgação
  • Juliana Knust, atriz
    Juliana Knust, atriz Priscila Nicheli/Divulgação
  • Juliana Knust, atriz
    Juliana Knust, atriz Priscila Nicheli/Divulgação

Entrevista | Juliana Knust

Reis é a sua quinta produção na Record, e a quarta bíblica. Como é para você mergulhar nesse universo da fé por meio dos seus trabalhos?

Na verdade, eu sou uma pessoa de muita fé. Me sinto guiada, abençoada e protegida por Deus. E, através dos meus trabalhos na Record, consigo me aprofundar bastante no conhecimento. Na história. Nos relatos bíblicos. Aprendo bastante com as minhas personagens e de tantos outros colegas.

A Zoe de Apocalipse foi a sua primeira protagonista e também a primeira obra bíblica contemporânea da emissora. Qual foi o maior desafio dessa produção que está sendo reprisada?

Pra mim, como atriz, foi um processo muito construtivo. Passei por vivências que, até então, eu ainda não tinha passado. A Zoe passou por diversas situações inusitadas... muitas provações. Foi sequestrada, teve que dirigir um carro durante uma perseguição, levou um tiro, sofreu um acidente aéreo, foi resgatada por beduínos, viveu por três anos no meio do deserto tentando se adaptar às novas circunstâncias, teve um filho naquela situação... E, ao longo de toda a novela, ela foi se transformando, se fortalecendo. No amor e na fé. Ela se transformou e viu o seu grande amor se transformar também. A coisa mais linda de se contemplar no ser humano é isso. O poder interior dele. A capacidade de se transformar, de amadurecer diante das dificuldades. Se fortalecer. E foi exatamente isso que a gente pôde assistir nessa novela. A transformação de muitos personagens. O encontro da fé! Eu acho que a descoberta de uma crença em algo maior é que te dá um rumo na vida. Te dá um significado para a vida.

A sua próxima personagem, em Estranho amor, será uma delegada que atua na linha de frente do combate à violência contra a mulher. Como essa luta pela causa feminina se manifesta na sua vida pessoal?

Como artista e ser humano, eu acho que discutir toda e qualquer forma de desrespeito, opressão, violência ou preconceito não é só importante, é uma necessidade básica. Estou ansiosa pela estreia desse trabalho.

Malhação foi sua escola, assim como de grandes atores da sua geração. O que mais tem de lembranças desse período?

Foi um período bem especial. Eu saía da escola e ia direto para a Cinédia, aonde gravávamos Malhação em 1997. Passava o dia todo gravando. Aprendi muito. Essa experiência me fez ter certeza da minha escolha de vida. Foi ali onde tudo começou.

Laura, sua personagem, era uma adolescente gordinha em um ambiente de culto ao corpo e sofria bullying quando se falava tanto sobre. Como você avalia os avanços que a sociedade alcançou em relação ao tratamento das diferenças e a inclusão e onde acha que ainda precisa melhorar?  

O bullying já vem sendo combatido nas escolas por meio de campanhas mostrando a importância de valorizar o próximo e entender que ser diferente não é um problema. Mas acredito que essa discussão está longe de acabar, uma vez que ainda existe muita intolerância com o próximo. Nós, pais e responsáveis, precisamos estar sempre atentos e com diálogo aberto com os nossos filhos.

E como é a Ju mãe?

A rotina com crianças não é tarefa fácil. Educar é muito trabalhoso. Sou uma mãe muito presente na vida dos meus filhos, faço questão de estar junto, ter um papo aberto sobre a vida. Tenho um olhar atento o tempo todo. Isso demanda tempo e energia. O mundo mudou radicalmente nos últimos anos e, é claro, que isso vem impactando diretamente a maneira como precisamos educar nossos filhos. É muito desafiador. Precisamos encontrar um equilíbrio entre demonstrar amor e estabelecer limites claros.

Celebridade foi uma novela que, 20 anos atrás, debatia a busca incessante pela fama instantânea. Atualmente, vivemos o boom dos influencers que, inclusive, estão no centro de uma polêmica em relação à conquista de papeis em novelas. Gostaria de comentar sobre?

Vivemos um momento muito assustador. Grandes artistas tentando virar influenciadores para aumentarem o número de seguidores e conseguirem ser escalados pra uma novela ou serie. Há uma inversão de valores. Essa corrida por números acaba por desvalorizar a nossa profissão. Uma profissão aonde o mais importante é o conhecimento, o estudo, a informação, a leitura. 

O Brasil vai te ver agora em uma porção dupla de vilania, na novela e no filme Luccas e Gi. Fazer maldades na tevê é um processo que te diverte ou que te angustia de alguma forma?

Com uma vilã tudo é possível. Ela pode estar louca, com raiva, ter momentos de lucidez, ser verdadeira, mentir com a cara mais lavada do mundo. Essa montanha-russa de emoções é maravilhosa para uma atriz. Tudo é possível. A vilã não se encaixa em nada, não é ajustada nessa caixinha do óbvio, da boa moça.

E como tem sido a sua vida de empresária? O que te motivou a investir no seu negócio próprio?

Uma das minhas melhores amigas, Nina Garcia, mora em Penedo (RJ) há alguns anos. Construiu uma galeria de arte maravilhosa no Parque Isokoti, a Galeria Amantikir. No meio da natureza, um lugar de muita paz. Pensamos que seria incrível ter um espaço ali de autocuidado. Juntei meu conhecimento sobre óleos essenciais com a visão de negócios da Nina e decidimos montar um spa. Oferecemos saúde integrativa. tratamentos e massagens terapêuticas com uso dos óleos. O Spa Botânico se tornou um espaço de renovação e acolhimento. As pessoas passam por uma experiência sensorial que convida a relaxar e encontrar o equilíbrio entre corpo e mente.

 

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postado em 08/09/2024 06:00
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