LANÇAMENTO

Álbum de estreia de Layla Jorge busca representar a força da mulher brasileira

Toda mulher conta com as participações especiais de Zélia Duncan, Áurea Martins, Cátia de França, Fabiana Cozza, Ná Ozzetti, Renata Jambeiro e Ieda Figueiró, além de Maíra Freitas no piano

Layla Jorge busca representar a força e a resistência da mulher brasileira  -  (crédito: Divulgação)
Layla Jorge busca representar a força e a resistência da mulher brasileira - (crédito: Divulgação)

Lançamento da cantora e compositora brasiliense Layla Jorge, o álbum de estreia Toda Mulher, que sai pela gravadora Biscoito Fino, é uma celebração da mulher brasileira. Nas composições, Layla procura  representar essa figura em arquétipos e personalidades ícones do imaginário poético e político do Brasil. O projeto permeia ritmos como samba, marcha, baião e jazz.

Toda mulher conta com as participações especiais de Zélia Duncan, Áurea Martins, Cátia de França, Fabiana Cozza, Ná Ozzetti, Renata Jambeiro e Ieda Figueiró, além de Maíra Freitas no piano. Com 13 faixas, sendo 12 autorais, o álbum tem início com Todas as Vidas, um prólogo no qual as cantoras convidadas interpretam o poema de Cora Coralina que destaca figuras femininas invisibilizadas no cotidiano: a cozinheira, a lavadeira, a benzedeira, a prostituta e a proletária. Essas personagens ressurgem ao longo do disco, cada uma representada por uma faixa específica. Entre elas, Quarto de Despejo homenageia Carolina Maria de Jesus e sua capacidade de transformar a realidade por meio da arte, enquanto Couro Grosso reflete sobre o impacto do assassinato de Marielle Franco.

O Fardo desafia estruturas sociais ao dar voz à mulher prostituta, e Lua-luar celebra o amor entre mulheres em um dueto romântico. Há também tributos a Margarida Maria Alves, militante dos direitos trabalhistas, em Margarida, e a Roberta Silva, vítima da transfobia, em Cais de Santa Rita. ''Me vi muito nessa proposta de narrar as heroínas do cotidiano'', diz Layla. Assim, as faixas transitam entre figuras anônimas e nomes históricos como Carolina Maria de Jesus e Marielle Franco. ''São mulheres que marcam o Brasil, pela glória ou pela tragédia", garante a compositora.

Outras faixas exaltam figuras femininas ligadas a ofícios tradicionais, como a benzedeira em Guiné, a costureira em Ponto Cruzado, a lavadeira em Azul-anil e a cozinheira em Fruta-coração. À Beira aborda a estigmatização das mulheres rotuladas como loucas, inspirando-se na história de Estamira. O disco se encerra com Pedras, Doces e Rosas, que revisita melodias das faixas anteriores, unindo todas as personagens sob a identidade da poetisa e da compositora. Dessa forma, o álbum constrói uma narrativa em que as múltiplas vozes femininas se entrelaçam, reafirmando que todas as mulheres compartilham histórias e resistências comuns.

*Estagiária sob supervisão de Severino Francisco.

postado em 15/04/2025 05:00
x