
Crítica // Jurassic World: recomeço ★★★
Não há ângulo que não esteja coberto em Jurassic World: recomeço, filme a cargo de Gareth Edwards, britânico que respondeu por Godzilla (2014), Resitência (2023) e Rogue One (2016). Exemplares na ação, os filmes, vez por outra, acusavam a boa parceria mantida entre o realizador e o roteirista David Koepp (repetida, em Jurassic World), que administrou enredos de sucesso protagonizados por figuras como Jack Ryan, Ethan Hunt (de Missão: Impossível) e Indiana Jones.
Longe dos ambientes controlados — falseados em parques temáticos de dinossauros, que se encontram em decadência —, os humanos da trama do novo filme (na liderança, Scarlett Johansson, como Zora Bennett e, no comando financeiro de uma expedição rumo ao habitat natural dos dinossauros, Rupert Friend como Krebs) ficam ilhados em situações que alcançam céu, terra e mar. Numa missão descrita como "vaga", mas rentável, todos se aliam ao doutor Henry Loomis (Jonathan Bailey, da série Bridgerton e do musical Wicked). Resgatar amostra de sangue de criaturas que dominaram a Terra há 60 milhões de anos paira como objetivo maior.
Fazendo par "patético" com o coração partido de Zora, o amigo dela Duncan (Mahershala Ali) arrisca o barco dele e a vida, nesta trama derivada dos escritos originais de Michael Crichton. A adrenalina da ação, nas imediações do Suriname, está na opção de deixar o filme mais pé no chão, sem profunda interferência da tecnologia. A criteriosa edição de Jabez Olssen (o mesmo de Rogue One: Uma história Star Wars) deixa tudo fluido. A inclusão de um grupo alheio à toda a estudada ação dos especialistas, que ainda incluem o abrutalhado Bobby (Ed Skrein) e o tranquilo LeClerc (Bechir Sylvaine), injeta imprevisibilidade na trama, com Reuben (o mexicano Manuel García-Rulfo, de Pedro Páramo) e as filhas dele, Bella (Audrina Miranda) e Teresa (Luna Blaise), essa, namorada do amalucado Xavier (David Iacono).
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Desacordos e desavenças serão nutridos entre o heterogêneo e imenso grupo de aventureiros. Um dado interessante é o de que os personagens são falhos e cometem erros fatais, no cenário de uma ilha que integra um tipo de asilo para as espécies de bichos em extinção que tiveram genética modificada, e são vistos como descarte. A coreografia do ataque inicial, no mar, testa os nervos de aço de qualquer espectador. Fazem par com o bom acabamento, as sequências da escalada no templo que acondiciona ovos de dinossauros e ainda a agitada perseguição a um bote.
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