
A cantora e compositora Zizi Possi celebra os mais de 45 anos de carreira com a turnê De volta ao começo. Com maestro Jether Garotti, a cantora desembarca em Brasília nesta sexta-feira para quatro apresentações do espetáculo que leva o público a uma viagem musical, embalado por canções que marcaram a trajetória da artista, como Asa morena e Per amore, e releituras de clássicos da música popular brasileira.
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Gonzaguinha, Edu Lobo, Chico Buarque e Herbert Vianna são alguns dos compositores que fazem parte do repertório do show, realizado no formato voz e piano. Segundo ela, trata-se de uma apresentação intimista e "desnuda de qualquer efeito espetacular", o que proporciona uma maior aproximação com o público. O maestro Jether Garotti, por sua vez, define o show como uma celebração da arte, da memória afetiva e da excelência musical de uma das maiores intérpretes do Brasil".
Na sexta, Zizi Possi sobe aos palcos da Caixa Cultural Brasília, às 20h, em sessão com intérprete de libras. No sábado, ela se apresenta às 17h e às 20h, enquanto no domingo o espetáculo é realizado às 19h. Em antecipação à temporada de shows, a cantora fala ao Correio sobre os erros e acertos da trajetória de mais de quatro décadas.
Entrevista // Zizi Possi
O show De volta ao começo celebra sua carreira como um todo. Se você pudesse voltar para o início da sua trajetória artística, o que faria de diferente? E os acertos, quais foram?
Acredito que faria tudo exatamente como fiz. Todas as escolhas me fizeram chegar onde estou — falo como artista e como ser humano. Isso por si só, acredito já ser um acerto.
Qual é a sua maior alegria? E sua maior tristeza?
Alegria de ter podido cantar onde e com quem cantei, trabalhar onde e com quem trabalhei e trabalho. Tristeza é ver a poesia agonizando, a celebração de uma mediocridade absurda.
O que ainda falta para você cantar?
Graças a Deus, muitas canções e experimentos musicais que me fascinam! Um deles já está ganhando corpo. Até o primeiro semestre de 2026 provavelmente estará pronto para ser apresentado.
O repertório do show vai além dos seus sucessos, e inclui também clássicos da MPB. Qual foi o critério para a escolha da setlist?
Temos tantas canções lindas de várias épocas diferentes, que ficou difícil saber o que deixar de fora... Sempre escolho músicas nas quais acredito, não estão sujeitas a modismo. São eternas.
Como surgiu a parceria com o maestro Jether Garotti? O que ele agrega, artisticamente, a seu trabalho?
Essa é uma parceria abençoada! Conheci o Jether em 1989, e, desde então, nunca mais o larguei. Começamos a trabalhar juntos em 1990, para o show Sobre Todas as Coisas. Desde então, com ele, desenvolvi uma linguagem própria e dei corpo ao meu universo interno musical. Ele é parte disso tudo!
Atualmente, você também faz shows com sua filha, Luíza. Como vocês se complementam
nos palcos, e fora deles?
Fora dos palcos, somos uma família normal, ou seja, com entendimentos e desentendimentos, humores etc. Mas o importante é que, seja lá como for, o amor é a tônica. Nos amamos muito!
Por muitos anos, você lidou com um grave problema na coluna e uma depressão. Quais foram seus maiores aprendizados durante esse período?
Puxa, essa resposta poderia dar um livro… Resumindo por alto: aprendi que fazer uma terapia corporal assim que ela chega no mercado é loucura. Grande parte dos meus problemas de coluna aconteceram por causa do RPG em 1984. À época, eles acreditavam no que hoje condenam, que é a retificação da coluna… Hoje, a terapia parece estar maravilhosa, mas a da época me fez muito mal. E não tem Procon que devolva minha anatomia! (risos) Já a depressão é uma doença silenciosa, química, e que causa milhões de desarranjos, ou talvez seja causada por eles, tipo o desequilíbrio psicológico, hormonal, nutricional e emocional. É complexo, mas profundo. Dá para nos conhecermos mais e melhor, mas o preço é alto.
*Não recomendado para menores de 14 anos
Diversão e Arte
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