MÚSICA

Alulu Paranhos apresenta o disco de estreia em show em Brasília

Carioca se apresenta no Âmbar na quinta-feira (7/8) no festival Agosto é uma miragem, idealizado pelo Instituto Cultural e Social No Setor

A carioca Alulu 
Paranhos apresenta seu primeiro disco nesta quinta-feira  -  (crédito: Divulgação )
A carioca Alulu Paranhos apresenta seu primeiro disco nesta quinta-feira - (crédito: Divulgação )

A carioca Alulu Paranhos chega à capital com novidades. Amanhã, a cantora estará no Âmbar, na festa Jararaca meu amor, para apresentar o novo projeto, o disco Põe esperança nisso. A festa faz parte do festival Agosto é uma miragem, idealizado pelo Instituto Cultural e Social No Setor, que traz uma programação diversa em vários pontos importantes para a cultura da cidade.

Alulu apresenta novo disco para motivar meninas e mulheres a ir em busca de seus desejos. Em seu primeiro álbum, ela busca compartilhar a esperança com um disco moderno de MPB, produzido por Mahmundi e Josefe que traz Bruno Berle e Tiago Nacarat como participações especiais. Percorrendo entre ritmos como forró e MPB setentista, Alulu é um dos principais nomes da cena musical carioca, elogiada por Caetano e Gil.

Ao Correio, Alulu Paranhos compartilhou o início da sua conexão com a música, como surgiu o novo disco, a ligação com Mahmundi para a produção e sua relação com a capital.

Entrevista // Alulu Paranhos

Quando você começou a se conectar com a música?

Desde sempre, mas profissionalmente no ensino médio, quando comecei a me conectar com a dança e a poesia, também. Gostava muito de matar aula na biblioteca lendo livros de poesia brasileira, assim como todo domingo passava a noite no baile de forró do Trio Samburá aqui no Rio de Janeiro (mesmo tendo que acordar cedo pra ir à escola na segunda). Quando saí do ensino médio, fui fazer faculdade de dança na Universidade Federal do Riop de Janeiro (UFRJ) e logo criei meu grupo de forró (Forró de Pife), que foi, e é, minha grande escola. Alulu compositora sempre foi o maior sonho e ele acontecia desde o tempo de colégio, mas apareceu pro público na pandemia. Para mim, composição, música e dança sempre andaram e fizeram sentido juntas.

Fale um pouquinho sobre como iniciou a criação do seu novo disco Põe esperança nisso?

Um dia, na casa do Zé Ibarra, Bruno Berle me mostrou uma canção chamada Ainda é verão no qual o refrão dizia "Se ainda é verão, nosso amor nunca morre, como planta no sertão, vai sobreviver e a paz no coração como tudo que se move, a dor não é constante, nunca haverá de ser". Eu gravei no meu celular. Passaram dois anos, eu ouvi a canção de novo, chorei, chorei e chorei. Foi aí que percebi que queria fazer um álbum sobre esperança, sobre acreditar, sobre vida.

Como foi essa ligação com Mahmundi para a produção do disco?

Eu estava procurando muito a pessoa que ia produzir meu 1º álbum, fiquei quase seis meses pensando em quem seria, junto com Gabriel Delanegra. Eu precisava de alguém experiente, sensível e que quisesse fazer algo para além da superficialidade. Marcela foi a melhor escolha que eu podia ter feito, ela não só veio com um olhar muito sensível como com ideias e conselhos muito maduros, acho que era exatamente isso que eu buscava. Produtora musical não é só quem produz suas músicas e te ajuda a escolher os arranjos e timbres, é a pessoa que te vê chorar nas gravações de voz, que você convive intensamente, que se entrega para uma intimidade. Tem que ter confiança e coração, senão pode ser só mais um trabalho traumático.

Seu primeiro EP foi em 2021. Quais os aprendizados até aqui? O que mudou na sua música?

O tempo mudou-me e logo a minha música, a maturidade mudou coisas, e as tristezas trouxeram mais esperança do que uma alegria infantil para as minhas canções. Inclusive canções, foi isso que mais mudou em mim dos primeiros EPs pro álbum, escolhi fazer um álbum de canções e voz.

Por que a escolha de Brasília para estrear seu novo repertório? Qual sua conexão com a cidade?

Eu amo as pessoas desta cidade! Minha relação começou com amigos brasilienses que fiz na Chapada dos Veadeiros. Em 2023, eu realizei meu primeiro show em Brasília e me apaixonei ainda mais pela juventude da cidade. Eu me juntei a Ian Viana e fizemos um show que fazia a conexão Sudeste-Centro-Oeste, nesse show, estávamos eu, Letícia Fialho, Kira, Asu e Nanã. Cada um com suas músicas autorais, foi o máximo.

Quais suas maiores referências na música? Quais temas você gosta de explorar nas suas canções?

Como uma boa geração Z, acho que em um dia consigo ouvir mais de seis estilos musicais facilmente, gosto muito de música brasileira em geral! A galera da Tropicália, com certeza, marca grande parte da minha influência identitária por toda a liberdade junto com Arlindo Cruz, Novos Baianos, Ludmilla,Ivete, Pablo, Vanessa da Mata, Marisa Monte, Dominguinhos e atualmente Marília Mendonça que tem todo o meu coração. A nova galera da música brasileira, como Liniker, Bruno Berle e Marina Sena me inspiram muito também, estou sempre ouvindo as novas canções e álbuns que são lançados. Essas são minhas referências, mas isso não quer dizer que faço música igual a eles, inclusive sempre fui péssima de imitação.

Como a composição funciona pra você? Como é esse processo?

Normalmente, eu escrevia sozinha, de uns tempos pra cá, tenho tido mais parceiros e, neste álbum, me vi compondo com pessoas que não conhecia, mas admirava muito, como Ava Rocha e Iara Renno, e esse foi um tempero diferente para as novas canções!

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postado em 06/08/2025 06:00
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