
Com uma carreira que transita entre o teatro, a música e agora consolidando-se no audiovisual, Marco França vive um momento ímpar em seus 35 anos de trajetória artística. O potiguar de Natal, radicado em São Paulo há quase uma década, prepara-se para estrear simultaneamente em duas frentes: na novela Guerreiros do Sol, que chegou ao Globoplay em 11 de junho, e no palco do Teatro Carlos Gomes no Rio, no dia seguinte, com a peça Território do amor.
Na trama do Globoplay, França interpreta Fabiano, um sanfoneiro que é fiel amigo do protagonista Josué. Não por acaso, o artista também assina duas canções da trilha sonora da produção: Forrosa e Aboio Guerreiro. Essa dupla atuação — como ator e compositor — reflete a natureza plural de seu trabalho, que sempre dialogou entre diferentes linguagens artísticas.
Da música ao teatro — e vice-versa
Músico desde os 12 anos, Marco França construiu uma sólida carreira como multi-instrumentista, arranjador e produtor musical, trabalhando com nomes como Zeca Baleiro e Chico César. "Minha relação com a música é anterior ao teatro, mas foi no palco que pude explorar todo meu potencial", conta o artista, que prepara para o segundo semestre seu primeiro álbum de canções autorais, com quatro singles já lançados e o clipe Colo cais disponível no YouTube.
No teatro, acumula premiações importantes: duas vitórias no Prêmio Shell (2016 e 2019), o Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem (2016) e o Bibi Ferreira de Melhor Arranjo Original por Tatuagem (2022). Atualmente, trabalha na direção musical da peça João, de Kleber Montanheiro.
A conquista do audiovisual
Apesar da longa trajetória, foi apenas em 2022 que Marco França ganhou projeção nacional, ao interpretar Fubá Mimoso em Mar do sertão, personagem tão marcante que foi reaproveitado em No Rancho Fundo (2024). Recentemente, estreou no cinema como Maestro Levino em Homem com H, filme sobre Ney Matogrosso.
"O audiovisual tem um poder de alcance imenso", reflete o artista. "Depois de anos fazendo teatro para plateias reduzidas, é fascinante ver como uma novela ou filme pode chegar a tanta gente." Apesar do sucesso, França deseja mais: "Quero constância no cinema. Essa foi minha primeira experiência, mas pretendo muitas outras."
Representatividade e novos horizontes
Sobre o sucesso de Guerreiros do Sol, o ator comemora: "A repercussão tem sido incrível, com um carinho enorme do público." Mas vai além: "Sonho com o dia em que atores nordestinos possam interpretar personagens além dos estereótipos regionais. Atores de outras regiões fazem personagens com sotaques inventados - por que nós não podemos ter essa mesma liberdade?"
Com uma trajetória que vai dos palcos natalenses aos festivais internacionais com o Grupo Clowns de Shakespeare, e agora às produções audiovisuais de grande alcance, Marco França personifica a resistência e a versatilidade do artista brasileiro.
Olhando para o futuro, Marco França prepara seu primeiro espetáculo solo, previsto para 2026. "Sempre trabalhei em coletivos, mas chegou a hora dessa experiência pessoal", adianta. Paralelamente, segue compondo e planeja turnês internacionais. "Meu desejo é equilibrar todas essas paixões: teatro, música, cinema. Cada uma alimenta a outra."
Diversão e Arte
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