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Gabriel Godoy celebra tempo de colheita dos frutos que semeou

Com estreias na televisão, no cinema e no streaming, o ator Gabriel Godoy vive momento em que reúne frutos semeados

Gabriel Godoy, ator -  (crédito: Robson Maia e Rafael Mentges)
Gabriel Godoy, ator - (crédito: Robson Maia e Rafael Mentges)

Aos 41 anos, Gabriel Godoy vive um daqueles momentos raros na carreira de um artista, em que tudo parece acontecer ao mesmo tempo — e da melhor maneira possível. Com duas novelas prestes a estrear (Coração acelerado, na TV Globo, e Dona Beja, no HBO Max, ambas em janeiro), a segunda temporada da série Amor da minha vida (Disney) no horizonte e três filmes selecionados para festivais internacionais, o ator encara a efervescência como a colheita de uma longa semeadura.

"São daqueles momentos que até assustam pela quantidade de coisas boas acontecendo ao mesmo tempo", admite Godoy, em entrevista exclusiva. "Mas sempre faço o exercício de olhar para trás e enxergar tudo o que construí com muito trabalho e estudo, em dias de cansaço e em outros de entusiasmo, para, aos 41 anos, estar colhendo frutos tão lindos".

Para o capricorniano, o segredo desse sucesso multifacetado vai além do talento. "Amo essa profissão e aprendi que, além do trabalho, as relações são sagradas. Muitos projetos surgiram porque plantei uma semente lá atrás, e outros porque deixei uma boa impressão por onde passei. Acredito muito nisso: não basta ser um bom ator, é preciso ser também um bom ser humano".

A chave é a preparação

Gerir a agenda e a mente para tanta demanda exige método e autoconhecimento. "Terapia! (risos)", brinca. Ele explica que muitos dos projetos em lançamento foram gravados há algum tempo, o que permite focar na divulgação. Seu método é revisitar cada trabalho para se reconectar com a experiência e estar presente nos eventos.

Já para Coração acelerado, próxima novela das 19h, o processo de Gabriel é de imersão. "Venho estudando sozinho enquanto não começa a preparação oficial. Tenho mergulhado no universo sertanejo, ouvindo muitos podcasts e conversando com amigos de Goiânia. Gosto muito desse processo de pesquisa, ele me conecta com o personagem e com a cultura que vou representar", explica o paulistano, que estreou nas novelas em Alto astral (2014) e esteve no elenco de Haja coração (2016), Verão 90 (2019), Mar do sertão (2022) e, recentemente, Família é tudo, no ano passado.

Sonho realizado

Se na televisão Godoy é um nome conhecido, no cinema ele está vivendo um momento de grande reconhecimento artístico. Três filmes de sua filmografia recente foram selecionados para importantes festivais: Virtuosas (de Cíntia Domit Bittar) e As vitrines (de Flávia Castro) no Festival do Rio; este último também no Festival de Biarritz, na França; e O coreto no Festival de Labriff, em Los Angeles.

"Eu comecei no teatro e sempre tive o sonho de fazer cinema", relembra. "Meu primeiro longa como protagonista foi em 2009, Os 3, e, naquele momento, achei que entraria com mais facilidade nesse mercado. Mas o segundo só veio em 2017, anos depois, e eu segui sonhando. Fazia novelas, séries, mas não fazia filmes. E agora, nos últimos cinco anos, lancei nove filmes e ainda tenho mais cinco para estrear. É um momento lindo! Para mim, o significado é principalmente pessoal, por ser um amante do cinema".

O ator destaca a diversidade dos projetos. "Os três filmes selecionados são de gêneros completamente diferentes". Sobre "As vitrines", que lhe deu a chance de atuar em espanhol, ele conta: "Foi um desafio especial: interpretar o pai da protagonista e mergulhar em um dos momentos mais duros da história latino-americana, as ditaduras".

A seleção para Biarritz acendeu a reflexão sobre o mercado internacional. "Ver o mercado internacional se abrir cada vez mais para atores estrangeiros realmente me fez pensar nisso". Godoy, porém, tem um destino preferencial: a Espanha. "Meu pai é argentino, então tenho uma intimidade maior com a língua, além de ser apaixonado pelo cinema argentino e espanhol". Sobre o inglês, ele ri: "É uma luta para mim. Faço aula, mas sei que preciso melhorar muito. Quem sabe eu não estreie em um filme em inglês aos 90 anos?".

Tributo a uma lenda

Além dos festivais, outro projeto especial aguarda estreia para novembro: Silvio Santos — Vem aí, dirigido por Cris D'Amato. Godoy descreve a experiência como "um encontro de novidades", destacando a admiração pela diretora e a oportunidade de trabalhar com Manu Gavassi e Leandro Hassum. "Nunca tínhamos dividido um set e ele é realmente uma máquina de trabalho, com energia para estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Isso me inspira muito".

O filme também resgata uma relação antiga e afetiva com a família Abravanel. "Meu primeiro trabalho profissional foi com a Cíntia Abravanel, na peça Avoar... Fiquei de 2005 a 2009 no Teatro Imprensa, e sou muito grato por aqueles anos. Por tudo isso, esse longa é também uma celebração desse ícone da nossa tevê e de uma família pela qual tenho enorme carinho e respeito".

  • Gabriel Godoy, ator
    Gabriel Godoy, ator Robson Maia e Rafael Mentges
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    Gabriel Godoy, ator Robson Maia e Rafael Mentges
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    Gabriel Godoy, ator Robson Maia e Rafael Mentges

 

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postado em 14/09/2025 09:00
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