PERSONALIDADE

Lucas Oradovschi celebra a tempestade artística produtiva vivida em 2025

Em destaque na série "Tremembé" como Alexandre Nardoni, o ator Lucas Oradovschi celebra o ano de ouro que completa 25 anos de carreira. O ator de 44 anos também pode ser visto na série "Capoeiras" (Disney Plus) e na novela "Paulo, o Apóstolo" (Record)

Lucas Oradovcshi, ator -  (crédito: Jorge Bispo/Divulgação)
Lucas Oradovcshi, ator - (crédito: Jorge Bispo/Divulgação)

O ano de 2025 será lembrado como um divisor de águas na carreira do ator Lucas Oradovschi. Enquanto sua atuação como Alexandre Nardoni na série Tremembé (Prime Video) ecoava como um fenômeno cultural, ele mantinha os pés firmes no palco do Teatro Ipanema, no Rio, com a segunda temporada de sucesso do monólogo Um pássaro não é uma pedra. E ainda lançou a série Capoeiras (Disney Plus) e a novela Paulo, o Apóstolo (Record). Em meio a esta tempestade produtiva, o ator de 44 anos, com 25 de trajetória faz uma pausa para olhar para trás e para frente, em um balanço que mistura gratidão, reflexão crítica e um desejo claro de transformação através da arte.

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"Foi um ano de expansão profissional, de desafios enormes que enfrentei e saí muito satisfeito", afirma Oradovschi. "Saí compreendendo melhor minha própria potência como ator e como artista". Esse entendimento veio não apenas do reconhecimento público, mas do intenso processo de cada trabalho. Em Tremembé, o mergulho no personagem de Nardoni exigiu um isolamento quase absoluto. "Fiquei os meses de preparação totalmente imerso... me isolei, vivi um período muito solitário, dormi pouco, engordei 6 quilos", revela o artista que ficou conhecido do grande público após atuar nas novelas Além da ilusão (2022) e Vai na fé (2023), da TV Globo.

A saída desse universo sombrio foi tão planejada quanto a entrada: "Depois que o trabalho acabou, me desliguei completamente. Fui à praia, fui para o samba, voltei a treinar, fui passar o final do ano no mato".

Lucas Oradovcshi, ator
Lucas Oradovcshi, ator (foto: Jorge Bispo/Divulgação)
 

Poesia e política

Já no teatro, a potência veio de um lugar político e poético. Em Um pássaro não é uma pedra, Oradovschi encarna Juliano Mer Khamis, ator e ativista filho de mãe judia e pai palestino, fundador do Teatro da Liberdade no campo de refugiados de Jenin. "Quando consegui encontrar os caminhos para acessar Juliano em cena, muitos obstáculos nesse processo de criação foram superados", conta. O espetáculo, que já foi indicado ao Prêmio Shell e venceu o APTR de Melhor Direção Musical, é a materialização de uma busca que o ator carrega desde sua formação no teatro de rua, de máscaras e da palhaçaria.

"Minha busca sempre é por um teatro que seja popular", define. "Que consiga se comunicar de maneira franca com todas as pessoas... Um teatro que gere interesse, que faça a pessoa querer ver mais teatro". Para ele, este é o principal desafio dos artistas hoje: formar plateia em um país onde "o brasileiro vai em média uma vez ao teatro a cada seis anos". O caminho, ele aponta, é fazer "um teatro que dialogue com nosso tempo, nosso modo de vida, nossas questões enquanto sociedade".

Essa visão social do artista é intrínseca à sua prática. Ele pesquisa as relações entre estética e política há tempos e vê a arte como "uma forma de criar mundos, imaginar futuros, existências, formas de vida". Em Tremembé, ele enxerga uma provocação importante: "Pensar sobre a midiatização massiva de determinados crimes e seus condenados". Para Oradovschi, a série é "uma produção de excelência" que, além de levantar debates, "gera milhares de empregos e abre espaço para mais projetos brasileiros".

Planos para 2026

Com os pés no presente e os olhos no futuro, o ator já traça seus planos para 2026. O desejo imediato é levar Um pássaro não é uma pedra em turnê pelo Brasil e quem sabe pelo mundo, começando por uma participação no PSI - Performance Studies International, em Fortaleza. Em paralelo, se prepara para o mergulho exigente da segunda temporada de "Tremembé". "Quero poder desenvolver novos projetos autorais de teatro, fazer cinema, séries, novelas. Todas as linguagens me interessam", projeta.

O que ele leva consigo para o próximo ciclo vai além dos aplausos e holofotes. "A força, a resiliência, a coragem, a reinvenção dos sentidos da vida", enumera. "Testemunhei pessoas próximas passando por grandes dificuldades... e a maneira como conseguiram ressignificar suas vidas me deu mais força de vida, de vontade de viver, de criar, de enfrentar meus medos", conclui. 

 

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postado em 15/12/2025 07:00 / atualizado em 15/12/2025 15:25
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