O isolamento forçado durante a pandemia, a ansiedade, a solidão e o medo são alguns dos ingredientes que levaram o Grupo Pele a criar o espetáculo O labirinto de vidro, em cartaz hoje e sábado no Teatro Galpão Hugo Rodas, no Espaço Cultural Renato Russo. Mescla de teatro com dança contemporânea e elementos do circo, o trabalho tem música original de Diogo Vanelli e textos de Catherine Zilá e Carlos Guerreiro, que integram a companhia.
O espetáculo nasceu durante a pandemia, quando Catherine e Guerreiro começaram a fazer registros fotográficos em casa. "Foi quando surgiu essa reflexão sobre a gente ficar muito isolado e ter que lidar com nossos medos, nossos anseios de estarmos sozinhos e também com a relação com outras pessoas", explica Catherine. "A gente traz essa reflexão. Não temos uma resposta, queremos instigar esse lado de como foi ficar isolado, como é lidar com os fantasmas, com si mesmo. E o vidro traz uma analogia, ele reflete nossa própria imagem."
No palco, a dupla mistura dança com acrobacias aéreas realizadas com tecido e outras técnicas. Não há uma narrativa explícita, mas uma sugestão conduzida pelos movimentos e pela música. Entre os questionamentos trazidos pelos artistas estão as barreiras rompidas ou impostas pelo isolamento da pandemia e a maneira como cada um lida com os próprios anseios na intimidade. Após o espetáculo, os artistas fazem uma sessão de conversa com o público para falar sobre o processo criativo. As fotografias realizadas durante a pandemia para a produção do espetáculo também estarão expostas.
Serviço
O labirinto de vidro
Do Grupo Pele. Com Catherine Zilá e Carlos Guerreiro. Hoje e amanhã, às 20h, no Teatro Galpão Hugo Rodas (Espaço Cultural Renato Russo). Ingressos: R$ 40 e R$20 (meia)
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br