Artes visuais

Exposição no museu da República fala sobre interção entre homem e meio

Exposição da porto-riquenha Gisela Colón leva reflexão sobre convivência entre homem e natureza para o Museu Nacional da República

Exposição Matéria prima, de Gisele Colón, no Museu Nacional da República -  (crédito: Divulgação)
Exposição Matéria prima, de Gisele Colón, no Museu Nacional da República - (crédito: Divulgação)
postado em 22/03/2024 07:00

As esculturas que Gisela Colón apresenta na exposição Matéria prima, no Museu Nacional da República, são verdadeiras homenagens à natureza e um apelo aos homens para que entendam a importância da preservação. Porém, não há nada de explícito na obra da artista porto-riquenha. Como totens e células, as esculturas construídas com materiais sintéticos e pigmentos mudam de cor de acordo com o movimento do visitante e a incidência da luz. É uma forma de a artista lembrar ao espectador a importância da interação com o meio ambiente para a percepção da vida.

Nascida em Porto Rico, Gisele conta que passou por muitas dificuldades, incluindo situações de violência doméstica, feminicídio e guerra civil. Criança, quando se via em dificuldade, se refugiava junto à natureza. Nessas escapadas, se deu conta, aos poucos, do poder de cura e de regeneração da flora e da fauna. "A natureza, as terras e as montanhas particularmente me influenciaram muito, me conduziram e me deram paz. Por isso digo que minha prática é ecofeminista, porque a terra é como uma mãe que nos brinda com tudo. E toda a minha obra é para abordar esses temas da energia cósmica e universal", explica.

No total, 18 esculturas construídas com resina, fibra de carbono e pigmentos naturais estão dispostas na sala principal do museu e no lado de fora. O efeito dicroico gerado pela luz dá movimento às peças. A artistas chama as esculturas de monolitos e as compara a totens que sempre fizeram parte da simbologia construída pela humanidade. Gisele também compara as esculturas a montanhas. A cor, ela classifica como uma experiência perceptiva. "O olho humano capta cores imaginárias ou impossíveis porque elas são à base de luz e do movimento da pessoa interagindo com a obra. E a matéria-prima é a força e a energia da terra, a gravidade e o tempo, todas essas forças universais eu uso como material para criar as obras", explica. Para a artista, o mais importante é o conceito de transformação. "Nós, seres humanos, temos a capacidade de transformar toda a experiência negativa e convertê-la em experiência positiva", acredita.

 


  • Exposição Matéria prima, de Gisele Colón, no Museu Nacional da República
    Exposição Matéria prima, de Gisele Colón, no Museu Nacional da República Foto: Xavier Auza
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