Para comemorar os 40 anos, a companhia Pia Fraus montou uma mostra com alguns destaques do repertório. A Gigantes No Palco com a Pia Fraus: Mostra de Repertório está em cartaz no Teatro da Caixa Cultural até domingo (8/12) com três espetáculos considerados emblemáticos da trajetória do grupo paulista. "As peças são apresentadas na íntegra e são de grande volumetria, são muito vistosas e têm um impacto visual grande. Os bonecos são de grande dimensão", avisa Beto Andretta, diretor artístico da Pia Fraus.
Nesta sexta-feira (6/12), a companhia sobe ao palco com Gigantes do ar, espetáculo de 1996 que faz uma brincadeira lúdica e bem-humorada com o universo do circo. São sete cenas pelas quais desfilam vários animais feitos com bonecos e que desembarcam com a missão de contar um pouco da história do circo brasileiro. "Os gigantes brincam um pouquinho com essa história do circo, mas não de maneira cruel, a gente consegue manter a ludicidade da presença do animal, mas sem a crueldade do trato do animal preso. Trabalhamos com a imagem, com o lúdico", garante Andretta. Um balé de girafas, um domador malvado do qual os animais sempre ganham, um cachorro equilibrista e o futebol jogado por dois cangurus que interagem com a plateia fazem parte do espetáculo.
Em Bichos do Brasil, que vai ao palco no sábado (7/12), a ideia é apresentar às crianças a beleza da floresta e de seus animais. O espetáculo é formado por nove esquetes e já foi apresentado em 15 países. É o espetáculo mais internacional da companhia. "Não utilizamos palavras e é um manifesto em defesa da nossa fauna. Os animais estão soltos na floresta e a mensagem é deixar os animais e a floresta que eles se preservam e se multiplicam. A gente quer incutir na infância uma relação amorosa em relação à fauna brasileira", diz Andretta. A trilha sonora de Gustavo Bernardo é construída com base em composições de Heitor Villa-Lobos, Tom Zé, boi do Maranhão e temas brasileiros reunidos em uma costura contemporânea.
Por fim, Gigantes modernistas, programado para domingo (8/12), faz um mergulho na Semana de 22 para explicar ao público como nomes como Cândido Portinari, Emiliano Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Monteiro Lobato foram importantes para a formação das vanguardas brasileiras no século 20. "São esquetes soltos com os quais a gente consegue dar um apanhado do que foi o modernismo, como foi importante, como foi a leitura das vanguardas europeias que chega com essa cara de Brasil, essa coisa da antropofagia", garante Andreta.