
A relação das pessoas com o meio ambiente e com a biodiversidade é o foco das imagens de Adriana Bittar na exposição Dentro, em cartaz no Espaço Oscar Niemeyer. São, no total, 21 imagens que revelam o olhar da artista para a necessidade de fazer um registro capaz de mostrar a grandeza e a importância da natureza. "A exposição é fruto de uma inquietação de compartilhar urgência na questão de preservação ambiental por meio das imagens", explica a fotógrafa. "O intuito é fazer uma bela mostra sobre nossos biomas brasileiros e chamar a atenção para essa urgência. Todas as fotos têm qualidade museológica, têm uma expressão no olhar, uma qualidade estética."
Adriana tem feito viagens pela Amazônia nos últimos 20 anos. Pantanal e Cerrado também entram no roteiro. A exposição é apenas um dos pontos do projeto, que ela chamou A cor da gente e inclui um livro com 104 fotografias e um curso de fotografia e conscientização ambiental.
Boa parte das imagens de Dentro foi realizada na Chapadas dos Veadeiros, mas também há registros de outras regiões visitadas por Adriana nas últimas décadas. "Sempre tive uma inquietação de conhecer o desconhecido e compartilhar a urgência na questão da preservação ambiental. Fotografo a natureza. As fotografias convidam a uma entrada diante dessa natureza, que, ao mesmo tempo que é potente, tem sido fragilizada por nossas próprias ações", diz a fotógrafa.
Nas imagens de Adriana, há natureza, mas também há uma forte presença humana, com expressões e ações que inserem os personagens no meio. E há também destruição. O fogo no Cerrado em 2017 e no Pantanal deixaram cenários devastadores. "Mas tento mostrar sempre o belo, porque minha intenção é chamar para ver o que a gente ainda tem de maravilhoso e importante. São fotos poéticas, não são agressivas. Tento mostrar sempre o que ainda está vivo", conta a fotógrafa, que já passou um mês fotografando onças no Pantanal.