O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), operou em alta durante esta quarta-feira (3/2) depois das declarações dadas pelo novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e o do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Aliados do governo Bolsonaro, os dois representantes afirmaram compromisso com o ajuste fiscal do país.
Ainda hoje, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) entregou a Lira e Pacheco, uma lista com 35 prioridades para a pauta legislativa do Congresso. Entre elas, as reformas estruturais (administrativa, emergencial e do pacto federativo) a privatização da Eletrobras e pautas de costumes defendidas pelo presidente, como a facilitação da posse e da comercialização de armas de fogo. Após o encontro com os dois parlamentares, Bolsonaro ressaltou que “o clima é o melhor possível, já conversávamos durante a campanha”.
Com a eleição dos dois candidatos alinhados a Bolsonaro, o mercado fica menos desconfiado e sai da incerteza, explica Leonardo Morales, gestor do ASA investments. "Além disso, os dois eleitos compartilham o mesmo alinhamento político, e aí vemos o envolvimento do próprio Bolsonaro com a pauta das reformas. Ele não vinha falando muito desse assunto. A nova postura deve ser vista como algo favorável pelos investidores", ressaltou.
Além disso, Lira e Pacheco assinaram, hoje, uma declaração conjunta do Congresso Nacional com cinco propostas econômicas de prioridade. Entre elas, iniciativas para enfrentar a pandemia no país e a busca pelo maior número de vacinas contra a covid-19.
“Neste momento, o foco é a união de forças no combate à maior pandemia em 100 anos, a busca de alternativas legislativas pela vacina e a consequente afirmação dos compromissos das pautas que destravarão a economia e beneficiarão os negócios, geração de emprego e renda e favorecimento daqueles que mais precisam”, disse Lira.
Auxílio emergencial causa estresse
A lista ainda contém o compromisso de estudar a volta do auxílio emergencial para aqueles brasileiros que estão enfrentando maior dificuldade durante a pandemia. "Análise das possibilidades fiscais para, respeitando o teto de gastos, avaliar alternativas de oferecer a segurança financeira através de auxílio emergencial", diz a declaração.
A possibilidade da volta do auxílio causou estresse no mercado nos últimos dias, mas Morales avalia o discurso de Lira e Pacheco de compromisso com o teto de gastos como um fator de estabilidade. "A área técnica do governo fala de algo em torno de R$ 200 por 3 meses, se tiver uma grande piora da pandemia, o que parece que não vai acontecer, dado que a gente já começou a vacinação. Apesar disso, talvez a gente tenha algum ajuste no Bolsa Família, com corte de gastos e em acordo com uma reforma administrativa", o que o gestor de ações avalia como algo dentro da realidade do país nesse momento.
*Estagiária sob a supervisão de Odail Figueiredo
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