Pandemia

Relatório aponta colapso no turismo com custo maior que US$ 4 trilhões à economia

Dos três cenários contemplados para 2021, o mais otimista no que diz respeito à redução das chegadas de turistas calcula o índice em 63% de média

Agência France-Presse
postado em 30/06/2021 08:58 / atualizado em 30/06/2021 08:58
 (crédito: Caio Gomez/CB/D.A Press)
(crédito: Caio Gomez/CB/D.A Press)

O colapso do turismo internacional por causa da pandemia de covid-19 pode provocar uma perda de mais de quatro trilhões de dólares à economia mundial ao longo dos anos de 2020 e 2021, afirma um relatório da Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD) publicado nesta quarta-feira (30/6).

"A nível mundial, o golpe que a covid-19 representou para o turismo internacional resultou em uma perda do PIB de mais de quatro trilhões de dólares somente nos anos de 2020 e 2021", afirma o documento da UNCTAD, apresentado em conjunto com a Organização Mundial do Turismo (OMT).

O turismo internacional e os setores que dependem dele sofreram perdas avaliadas em 2,4 trilhões de dólares em 2020 por causa do impacto direto e indireto da redução expressiva das viagens de turistas internacionais.

Uma perda similar pode acontecer em 2021, adverte o relatório. O documento explica que a recuperação do turismo dependerá em grande parte da distribuição em larga escala de vacinas contra covid-19.

"O mundo precisa de um esforço global a favor da vacinação que permitirá proteger os trabalhadores, atenuar os danos sociais e adotar decisões estratégicas a respeito do turismo", declarou Isabelle Durant, secretária-geral temporária da UNCTAD.

Os percentuais de vacinação são muito desiguais, com menos de 1% da população inoculada em alguns países e mais de de 60% em outras nações.

As perdas relacionadas ao turismo são mais expressivas nos países em desenvolvimento.

Dos três cenários contemplados para 2021, o mais otimista no que diz respeito à redução das chegadas de turistas calcula o índice em 63% de média.

De acordo com a OMT, os especialistas do setor não acreditam na recuperação do fluxo habitual de turistas antes de 2023, "ou inclusive mais tarde", porque os principais obstáculos são as restrições de viagens, a lentidão para frear o vírus, a reduzida confiança dos viajantes e um clima econômico desfavorável.

Entre 100 e 120 milhões de empregos ameaçados


Além das restrições e confinamentos temporários adotados pelos governos, os consumidores optaram por limitar suas viagens.

O número de chegadas de turistas internacionais caiu 74% em 2021 na comparação com 2019 e o início de 2021 foi ainda mais sombrio para a maioria dos destinos, com uma queda global de 88% em média na comparação com o período pré-pandemia.

As regiões mais afetadas são a Ásia, especialmente o nordeste e o sul do continente, Oceania e o norte da África. As menos afetadas são América do Norte, oeste da Europa e Caribe.

"Aualmente o turismo internacional se parece com o de 30 anos atrás. É como se estivéssemos nos anos 1980 em termos de fluxo", resume Zoritsa Urosevic, da OMT.

"Os trabalhadores não qualificados que ficaram sem emprego por causa da queda de turistas provavelmente não encontrarão trabalho em nenhum outro setor", alerta o relatório.

A OMT calcula que entre 100 e 120 milhões de empregos diretos relacionados com o turismo estão ameaçados.

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