Trabalho

Informalidade entre as mulheres é muito maior, diz pesquisador da Pnud

Situação é mais séria quando mulheres de populações mais pobres têm filhos, explica o pesquisador Marcelo Medeiros (Pnud-UnB-Columbia), nesta segunda-feira (8/11), em mesa redonda da Fundação Getulio Vargas

Fernanda Strickland
postado em 08/11/2021 13:18 / atualizado em 08/11/2021 17:20
 (crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)
(crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)

informalidade no mercado de trabalho é maior entre as mulheres em razão da gigantesca desigualdade de gênero existente no Brasil. E a situação é mais séria quando mulheres de populações mais pobres têm filhos. As afirmações foram feitas pelo pesquisador do Centro Internacional de Pobreza do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Marcelo Medeiros, na mesa redonda "Como financiar a proteção social no Brasil?", realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta segunda-feira (8/11).

“A informalidade entre as mulheres é muito mais alta do que entre os homens, e a rotatividade entre as mulheres de dentro para fora do setor formal também é muito alta. Isso tem a ver com uma série de fatores, dentre eles, as atividades que essas mulheres exercem, porque os padrões diários determinam isso. Outro fator é pelo fato de as mulheres terem filhos”, explicou o professor da Universidade de Brasília (UnB) e professor visitante na Columbia University.

Segundo ele, “o mecanismo para essas mulheres (gestantes), principalmente quando são de populações mais pobres, é sair do mercado, retornar primeiro para uma atividade informal e depois retornar para uma atividade de emprego formal, quando é possível. Se não, fica oscilando entre informal e formal”.

Medeiros disse que esse ciclo perdura por anos, e a tendência é que a mulher permaneça no setor informal. “O fato é que, com a possibilidade de você contratar faxineiras, com todos os mecanismos que permitem isso, com o MEI, etc, as famílias estão deixando de ter uma empregada doméstica para ter uma faxineira.[...] No fundo isso implica em ter um trabalhador empregado e passar a ter um trabalhador que não é empregado. Essa faixa reflete em várias coisas, entre elas, uma desigualdade de gênero gigantesca no Brasil.

Segundo o professor, a situação é mais séria quando mulheres de populações mais pobres têm filhos. “O mecanismo para essas mulheres, principalmente quando são de populações mais pobres, é sair do mercado, retornar primeiro para uma atividade informal e depois retornar para uma atividade de emprego formal quando é possível, se não, fica oscilando entre informal e formal”, explica.

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