Correio Talks

A inovação no Brasil não acompanha a força da pesquisa, diz decana da UnB

Em participação no Correio Talks Sebrae Inova Digital 2021 nesta quinta-feira (2/11), a decana de Pesquisa e Inovação da UnB, Maria Emília Walter, afirma que sem a pesquisa de excelência não há inovação

Fernanda Strickland
Bernardo Lima*
postado em 02/12/2021 17:25 / atualizado em 02/12/2021 18:03
 (crédito: Carlos Vieira/CB/DA.PRESS)
(crédito: Carlos Vieira/CB/DA.PRESS)

Ao olhar para a inovação no Brasil, percebe-se que ela não acompanha a força da pesquisa. É o que afirma a decana de Pesquisa e Inovação da Universidade de Brasília, Maria Emília Walter, em participação no Correio Talks nesta quinta-feira (2/11), evento do Correio que repercutiu os temas discutidos durante o evento do Sebrae Inova Digital 2021 — ocorrido entre os dias 23 e 25 de novembro.

Ele participou nesta quinta-feira (2/11) do Correio Talks, evento do Correio que repercutiu os temas discutidos durante o evento do Sebrae Inova Digital 2021 — ocorrido entre os dias 23 e 25 de novembro.

O evento foi transmitido, ao vivo, pelo site do jornal Correio Braziliense, e pelos perfis nas redes sociais (Twitter, Facebook e YouTube).

Para a decana, se você olhar para inovação, ela não acompanha a força da pesquis, e isso acontece em todo o país. “Em todo o Brasil, nossas universidades têm uma qualidade técnica enorme, mas a inovação não veio junto”, pontua.

Segundo Maria Emília, o Brasil tem uma base muito sólida de produção científica e tecnológica. “Então, nesse contexto é que veio o decanato em que atuo desde 2017, exatamente para contribuir mais fortemente para essa produção de propriedade intelectual e empreendedorismo. Temos o objetivo de produzir propriedade intelectual e também de formar jovens empreendedores”, explica.

Para a decana de Pesquisa e Inovação na UnB, sem a pesquisa de excelência não há inovação. “Todas essas grandes inovações, Instagram, Facebook, Windows, nasceram em uma universidade. Precisamos de uma academia forte para permitir uma construção do conhecimento sólido. Tecnologias, como fibra óptica, infraestrutura de comunicação como um todo, têm um trabalho científico por trás. É importante que as pessoas saibam disso”, esclarece.

Maria Emília comenta ainda ser preciso um apoio do governo para gerar conhecimento. “O conhecimento que é gerado nas universidades podem não gerar educação, mas geram novas tomadas de posições em relação ao conhecimento estudado. Então, essa geração de conhecimento é que precisa ser aportada pelo governo”, destaca.

“Precisamos também da compreensão do setor privado de que o investimento na academia do Brasil leva à inovação. Do outro lado, esse é o trabalho que fazemos nas universidades, essa mudança de mentalidade, de trabalhar em conjunto com o setor privado e governo”, complementa a decana.

Tecnologias sociais

A decana apontou também que “as tecnologias sociais são fundamentais em um país de extrema desigualdade, como no Brasil”. De acordo com ela, em 2020 foi aprovada uma política de inovação na Universidade de Brasília, baseada em uma quíntupla hélice: “Tradicionalmente temos a tríplice hélice com academia, governo e setor privado; e duas hélices transversais, que são as tecnologias sociais e o meio ambiente”.

Sobre o evento

A pandemia da covid-19 acelerou o processo de inserção tecnológica na sociedade, abrindo mais portas para novas visões, como o empreendedorismo e a comunicação. O Correio Talks desta quinta-feira repercutiu os temas discutidos durante o evento do Sebrae Inova Digital 2021, que reuniu as principais autoridades nacionais e internacionais de Tecnologia e Empreendedorismo, Comunicação, Liderança e Hiperconectividade. O evento foi mediado pelo editor de Política e Economia do Correio, Carlos Alexandre, e contou ainda com as participações do superintendente do Sebrae DF, Valdir Oliveira; e o consultor de Inovação e Gamificação, Iuri Costa. 

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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