ECONOMIA

Índice de Atividade Econômica do BC cresce 4,5% em 2021

Os dados, divulgados na sexta (11/2) pelo Banco Central, mostram que o resultado ficou abaixo da medida nas expectativas do mercado

Fernanda Strickland
postado em 12/02/2022 06:00
 (crédito: Raphael Ribeiro/BCB)
(crédito: Raphael Ribeiro/BCB)

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) — que é considerado um indicador prévio de desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) — acumulou alta de 4,5% no ano passado, subindo 0,33% em dezembro, em comparação com o mês anterior. Os dados, divulgados ontem pela autoridade monetária, mostram que o resultado ficou abaixo da medida nas expectativas do mercado, que eram de alta de 0,5% no último mês de 2021.

Além disso, o resultado de 4,5% para o ano está abaixo da expectativa do governo, que projetou um crescimento de 5,1% para o PIB em 2021. O IBC-Br é elaborado a partir de informações sobre o ritmo de atividade nos diversos setores da economia. O indicador é usado pelo Banco Central para fixar a taxa básica de juros da economia, a Selic, nas reuniões periódicas do Comitê de Política Monetária (Copom).

Os dados divulgados ontem pelo BC reforçaram, entre analistas, o diagnóstico de que a economia, embora mostre sinais de recuperação, ainda caminha em ritmo lento ou apresentando certa desaceleração. No quarto trimestre do ano passado, o indicador teve variação positiva de apenas 0,01% em relação aos três meses anteriores. Na comparação anual, entre dezembro último e dezembro de 2020, o índice teve alta de 1,3%.

O economista da Terra Investimentos Homero Azevedo Guizzo afirmou que o resultado veio acima da sua estimativa (-0,1% em dezembro), mas abaixo da projeção mediana do mercado (0,5%). "No ano, o crescimento de 4,5% coincidiu com nossa projeção do PIB do ano passado", disse.

Para Azevedo, embora não exista uma abertura formal do IBC-Br, todos os indicadores tiveram resultado positivo na margem em dezembro, liderados pela surpresa positiva com a produção industrial. "O resultado de dezembro foi fortemente puxado pela maior produção industrial e pelo setor de serviços, que continua sendo beneficiado pelas menores restrições de mobilidade", afirmou.

"Contudo, as taxas de crescimento observadas em dezembro seguem distorcidas pelo alto ruído estatístico — a variação da série que não é possível de ser explicada — introduzido pela segunda onda de covid no país. Algo parecido pode tornar a acontecer em janeiro", observou Azevedo. "Para janeiro nossa projeção para o IBC-Br é de alta de 2,7% na comparação anual e de 1,1% na variação mensal", completou.

Já o economista Vinícius do Carmo chamou a atenção para as oscilações do indicador. "Olhando retrospectivamente pode perceber que temos um cenário de muita oscilação, isso indica incerteza de longo prazo", avaliou.

Segundo o economista, durante vários meses em 2021 houve uma sucessão de indicações negativas. "As primeiras medições divulgadas em 2022, referentes a novembro e dezembro do ano passado, apontam uma melhora, embora a segunda medição positiva seja mais modesta que a anterior", apontou. "Isso significa que é esperada uma desaceleração na economia, uma condição natural olhando a sazonalidade do calendário." 

 


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