COMBUSTÍVEIS

Silva e Luna diz que Petrobras "não tem lugar para aventureiro"

Sem citar troca no comando da estatal, general discursou nesta terça-feira (29/3) para militares e disse também que a empresa não pode fazer políticas públicas ou partidárias

Victor Correia
postado em 29/03/2022 12:50 / atualizado em 30/03/2022 09:45
 (crédito: Antonio Cunha/CB/D.A Press)
(crédito: Antonio Cunha/CB/D.A Press)

Sem citar a decisão do presidente Jair Bolsonaro (PL) de demiti-lo, o ex-presidente da Petrobras general Joaquim Silva e Luna discursou sobre a estatal em evento nesta terça-feira (29/3) e disse que a estatal "não tem lugar para aventureiro".

A fala foi dada em palestra durante o 2° Seminário O Brasil em Transformação, realizado nas novas instalações da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados da Justiça Militar da União (Enajum), inauguradas também nesta terça.

"Está bem cuidada, tem uma governança muito forte. Não tem espaço para um aventureiro", afirmou Silva e Luna à plateia, composta por juízes da justiça militar, entre militares e civis.

Ao comentar o aumento nos combustíveis, ele mencionou o Preço de Paridade de Importação. "A PPI é política de preços para importação e é apenas uma referência, pelo amor de Deus. Nós ficamos 57 dias sem alterar os preços dos combustíveis. Nós informamos ao governo, deu toda essa confusão."

A saída do general da presidência da Petrobras foi confirmada na noite de ontem (28) pelo Planalto. Quem o substitui é Adriano Pires, o atual diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Apesar da decisão, Silva e Luna foi apresentado no evento de hoje como presidente da estatal e não mencionou sua saída do cargo.

"A Petrobras deve atuar como uma empresa privada e deve praticar preço do mercado conforme a legislação vigente. Se o acionista majoritário quiser que faça outro preço, que o faça e, então, ressarce a empresa. Foi o que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018", afirmou o ex-presidente.

Política pública e partidária

Silva e Luna disse ainda que a estatal não pode fazer política pública e muito menos política partidária. Na palestra, ele defendeu que não há monopólio do setor de combustíveis no Brasil e revelou que o tabelamento de preços dos combustíveis causou R$ 40 bilhões em perdas para o país entre 2010 e 2015, principalmente por investidores.

"O mercado vai ficar com medo de intervenções nos preços da empresa. Como eu vou investir em um país que não tem estabilidade?", finalizou.

 

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