RIO DE JANEIRO

"Violência policial lamentável", diz Gilmar Mendes sobre operação na Vila Cruzeiro

Ministro também criticou tentativas de culpar Supremo Tribunal Federal (STF) pela chacina no estado

Luana Patriolino
postado em 26/05/2022 18:13
 (crédito: Evaristo Sá/AFP)
(crédito: Evaristo Sá/AFP)

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), condenou a operação da Polícia Militar realizada na Vila Cruzeiro, Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, que resultou na morte de 26 pessoas. No início da sessão plenária desta quinta-feira (26/5), o magistrado chamou de “violência policial lamentável" e rechaçou os que tentam responsabilizar a Corte pela chacina.

"Essa violência policial é lamentável, com um quadro extremamente preocupante. Há palavras de autoridades locais atribuindo ao Supremo Tribunal Federal a responsabilidade por essa tragédia, que nós sabemos que é um problema estrutural. Todos nós fazemos votos de que esse quadro seja superado", disse. "Devemos contribuir para a superação das crises, não para ficar a apontar culpados ou bodes expiatórios", afirmou.

O presidente da Corte, ministro Luiz Fux, disse que o Supremo aguarda por respostas. "A Polícia Militar deve satisfações, e estou aguardando essas satisfações", afirmou.

Na última terça-feira (24), o secretário da Polícia Militar do Rio, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, disse que o STF é responsável, pois estimulou a migração de criminosos para a capital do estado com a decisão dos ministros na chamada ADPF das Favelas.

O ministro Edson Fachin, do STF, se reuniu ontem, com o procurador de Justiça do Rio (MP-RJ), Luciano de Oliveira Mattos de Souza, para discutir sobre a tragédia. O PSB e outras entidades pedem que a Corte obrigue o governo estadual a elaborar, em até 60 dias, um novo plano de redução da letalidade policial.

O STF afirmou, em nota, que Fachin demonstrou preocupação com as consequências da força-tarefa. O magistrado é relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como a ADPF das Favelas, que prevê que as polícias justifiquem a "excepcionalidade" para a realização de uma operação policial numa comunidade, durante a epidemia da covid-19.

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