Sondagem industrial

Câmbio liderou ranking de preocupação da indústria em 2024, aponta CNI

Ainda no topo das preocupações dos empresários está a elevada carga tributária, mencionada por 30,6% dos entrevistados. Expectativas para 2025 são otimistas

 Percentual de empresários que apontam o câmbio como um dos maiores desafios enfrentados pela indústria saltou de 14% no terceiro trimestre para 29,3% no quarto trimestre -  (crédito:  Flickr jazzlah)
Percentual de empresários que apontam o câmbio como um dos maiores desafios enfrentados pela indústria saltou de 14% no terceiro trimestre para 29,3% no quarto trimestre - (crédito: Flickr jazzlah)

A preocupação com a desvalorização do real alcançou níveis alarmantes no último trimestre de 2024, segundo a  pesquisa de Sondagem Industrial, divulgada nesta sexta-feira (24/1) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O percentual de empresários que apontam o câmbio como um dos maiores desafios enfrentados pela indústria saltou de 14% no terceiro trimestre para 29,3% no quarto trimestre.  

Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, destaca o impacto direto do câmbio nos custos das empresas, uma vez que grande parte dos insumos utilizados pela indústria nacional é importada. “Essa mudança fez com que a preocupação com o câmbio saltasse do oitavo para o segundo lugar na lista dos principais problemas do setor”, afirma Azevedo.

Ainda no topo das preocupações dos empresários está a elevada carga tributária, mencionada por 30,6% dos entrevistados. Já as altas taxas de juros ocupam o terceiro lugar, sendo um entrave citado por 25% dos industriais.

O cenário do quarto trimestre de 2024 também revelou deterioração das condições financeiras do setor. O índice de satisfação com a situação financeira recuou para 50,9 pontos, aproximando-se da linha de 50 pontos, que separa a satisfação do descontentamento. Já o acesso ao crédito ficou mais difícil, com o indicador caindo para 42 pontos.  

Além disso, o índice de satisfação com o lucro operacional também sofreu queda, indo de 47 para 45,8 pontos. Enquanto isso, o preço das matérias-primas acelerou, com o índice de evolução subindo para 64,2 pontos, refletindo maior pressão nos custos das empresas.

Em dezembro, o desempenho do setor foi marcado por retração na produção e no emprego. O índice de evolução da produção chegou a 42,5 pontos, indicando recuo na atividade industrial pelo segundo mês consecutivo. No mesmo período, o número de empregados na indústria registrou queda, com o indicador marcando 48,7 pontos.

Apesar da redução na Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que caiu de 72% em novembro para 68% em dezembro, o índice ainda se manteve acima da média histórica para o período. Os estoques também apresentaram recuo, com os industriais relatando níveis abaixo do planejado.

Mesmo diante de um cenário desafiador, os industriais iniciam 2025 com expectativas positivas. Os índices de demanda, compras de matérias-primas, exportações e número de empregados apresentaram crescimento em janeiro.  

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Fernanda Strickland
postado em 24/01/2025 13:33 / atualizado em 24/01/2025 13:33
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