
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a inflação no patamar entre 4% e 5% está dentro da normalidade para o Plano Real. A declaração foi dada durante a conferência do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Al-Ula, na Arábia Saudita, nesta segunda-feira (17/2).
“O Brasil tem feito um trabalho, tentando encontrar um caminho de equilíbrio e sustentabilidade mesmo em fase de um ajuste importante. O Brasil deixou uma inflação de dois dígitos há três anos. Hoje, temos uma inflação em torno de 4% a 5%, que é uma inflação relativamente normal para o Brasil desde o Plano Real há 26 anos”, disse o ministro.
A meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e perseguida pela equipe econômica é de 3% em 2025. A margem de tolerância para que ela seja considerada cumprida é de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima, ou sejá, até 4,5%.
Haddad participou do painel “Um caminho para a resiliência dos Mercados Emergentes”. Em seu discurso, ele abordou como a valorização do dólar pressionou a inflação no Brasil, levando o Banco Central a adotar uma política monetária mais contracionista. “Por isso, o BC teve de intervir para garantir que a inflação fosse controlada”, destacou.
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O chefe da área econômica avaliou ainda que a recente valorização do real frente ao dólar pode ajudar no controle dos preços e interromper o ciclo de alta na taxa básica de juros, a Selic. “O aumento das taxas será no curto prazo. O dólar voltou a um nível adequado e caiu 10% nos últimos 60 dias. Eu acho que isso vai fazer com que a inflação se estabilize”, afirmou.
O ministro ainda defendeu o ajuste fiscal promovido pelo governo e afirmou que o equilíbrio buscado para as contas públicas “não é recessivo”. A expectativa, segundo ele, é de um crescimento da economia brasileira em torno de 3,5% no produto interno bruto (PIB) de 2024, mesmo diante dos juros em patamar alto.
Na ocasião, Haddad também falou sobre a presidência do Brasil no G20 — grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana. Ele defendeu uma reglobalização sustentável, dirigida também pelo combate às desigualdades regionais além dos interesses do mercado.