
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) acelerou em fevereiro, na comparação com o mês anterior. Nesse período, a inflação calculada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre) subiu 1%. No mês anterior, o avanço foi de 0,11%. Com o resultado, o IGP-DI acumula alta de 1,11% no ano e 8,78% em 12 meses.
Na visão do economista do FGV/Ibre Matheus Dias, os preços dos ovos e milho tiveram os maiores impactos para os custos do produto no mês, diante de uma demanda elevada, além de baixa disponibilidade no mercado. No caso do milho, Dias explica que ainda há desafios de logística, o que tem pressionado os preços de forma temporária, com potencial de afetar outros alimentos, especialmente proteínas animais.
Com isso, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) – um dos indicadores que compõem o IGP-DI – avançou 1,03% no mês de fevereiro, com destaque para o grupo de bens finais, que subiu 0,79% nesse período. Já a taxa do grupo de bens intermediários recuou para 0,51%, após registrar alta de 1,22% no primeiro mês do ano. O estágio das Matérias-Primas Brutas subiu 1,53% no mesmo período, após registrar queda de 0,74% em janeiro.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou alta de 1,18%, com quatro das oito classes de despesa que compõem o indicador apresentando taxas maiores em fevereiro: Habitação (-2,43% para 3,80%), Transportes (0,83% para 1,41%), Despesas Diversas (0,26% para 1,07%) e Comunicação (0,01% para 0,28%). Por outro lado, os grupos Educação, Leitura e Recreação (0,18% para -2,54%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,66% para 0,38%), Alimentação (1,22% para 1,02%) e Vestuário (0,22% para 0,14%) tiveram queda no mesmo mês.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou alta de 0,40%, o que representa uma desaceleração na comparação com janeiro, que avançou 0.83%. Na avaliação por setores, houve movimentações idênticas nas suas respectivas taxas de variação na transição de janeiro para fevereiro: o grupo Materiais e Equipamentos recuou de 0,49% para 0,42%; o grupo Serviços retrocedeu de 0,76% para 0,42%; e o grupo Mão de Obra desacelerou de 1,27% para 0,37%
“No IPC, o principal impacto veio do fim do bônus de Itaipu nas tarifas de energia elétrica em fevereiro, que respondeu por quase 50% da pressão sobre os preços ao consumidor. No INCC, o grupo Mão de Obra foi o principal fator para a desaceleração do índice", destacou Matheus Dias.