
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pediu cautela a jornalistas e trabalhadores com o novo programa do governo, batizado de "Crédito do Trabalhador", nesta quarta-feira (12/3), durante o evento de lançamento da modalidade, no Palácio do Planalto. O chefe da pasta ressaltou que o programa é “sofisticado” e será desenvolvido ao longo das próximas semanas e meses.
“As pessoas podem mudar de emprego, a empresa pode quebrar, a empresa pode entrar em recuperação judicial. Não é uma situação equivalente a do servidor público ou a do aposentado no INSS, em que se tem a garantia do pagamento. Aqui, não. A garantia é um pouco menor. Mas os bancos vão saber avaliar a estabilidade do emprego, a estabilidade do setor e a estabilidade da empresa”, destacou o ministro.
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Ainda de acordo com Haddad, os bancos e setor público devem passar por uma “curva de aprendizagem” para lidar com o novo programa. “Mas quando nós domesticamos esse bicho novo que está nascendo, eu tenho certeza que todos vão olhar para trás e falar: ‘Que dia especial, o dia do crédito do trabalhador. Que dia importante esse dia em que o trabalhador na ativa pôde ter o mesmo direito que o trabalhador público e o servidor aposentado’”, acrescentou.
O programa desenvolvido pelo Ministério do Trabalho em conjunto com a Fazenda, e lançado nesta quarta-feira, pelo governo federal, promete condições mais favoráveis para o trabalhador da iniciativa privada, que integra o regime previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), obter um empréstimo por meio de crédito consignado.
Segundo Haddad, os juros atualmente praticados pelos bancos na contratação desses empréstimos podem sofrer uma redução de até metade do que é oferecido hoje. “São 47 milhões de pessoas que hoje estão pagando mais de 5% ao mês de juro no crédito pessoal. Às vezes numa emergência, para trocar um fogão ou uma geladeira que quebrou, pagam 5% ao mês, quando, com essa garantia que vai ser oferecida, essas taxas podem cair 50%, ou mais”, pontuou, ainda.
Vale ressaltar, no entanto, que as taxas podem variar de acordo com as instituições financeiras e as condições do próprio empregado que solicitar o empréstimo. O governo avalia que as taxas podem chegar a até 2%.
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Por meio do aplicativo Trabalho Digital, será possível selecionar o tipo de crédito e o banco em uma única plataforma. O consignado usará como garantia o valor de até 10% do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) do trabalhador, e até 100% da multa rescisória em caso de demissão do trabalhador.