
A Gol Linhas Aéreas anunciou nesta quinta-feira (16/5) que assegurou US$ 1,9 bilhão (cerca de R$ 10,8 bilhões) em financiamento de saída, dando um passo decisivo em sua reestruturação financeira no âmbito do Chapter 11, processo de recuperação judicial conduzido nos Estados Unidos. O valor será captado com prazo de cinco anos e marca a etapa final para que a companhia conclua sua reorganização e retome a normalidade operacional e financeira.
O financiamento foi obtido após meses de negociação com investidores e, segundo comunicado da empresa, envolve compromissos firmes de fundos de investimento e credores que participaram ativamente do processo de reestruturação. Entre os principais aportes, estão US$ 1,25 bilhão dos investidores âncora Castlelake, L.P. e Elliott Investment Management, L.P., firmados em um acordo de backstop previamente aprovado pela Justiça norte-americana.
Além desse montante, um grupo ad hoc de detentores de títulos da Gol com vencimento em 2026 comprometeu-se a aportar US$ 50 milhões, após uma revisão para baixo de seu compromisso inicial, que era de US$ 125 milhões. A companhia também conseguiu levantar US$ 30 milhões por meio de uma oferta de subscrição de direitos e outros US$ 570 milhões junto a diversos investidores do mercado, superando a meta de US$ 495,5 milhões restantes.
A elevada demanda pelo financiamento — que gerou ordens de até US$ 796,9 milhões — permitiu à Gol reduzir a taxa de juros da operação de 14,625% para 14,375%, melhorando as condições financeiras do novo endividamento. Também como parte da negociação, o grupo ad hoc aceitou diminuir a taxa de “Work Fee” de US$ 10 milhões para US$ 4 milhões.
De acordo com a Gol, os recursos do financiamento de saída serão destinados à quitação das obrigações contraídas durante o processo do Chapter 11, incluindo o chamado "DIP Financing" (financiamento de devedor em posse), além do pagamento de custos da transação. Parte do capital também será utilizada para reforçar a liquidez da companhia e dar suporte às operações futuras, proporcionando maior estabilidade e previsibilidade para sua atuação no mercado.
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A efetivação do financiamento está condicionada à homologação do plano de reestruturação pela corte norte-americana. Com isso, a Gol se aproxima do encerramento do processo iniciado em janeiro de 2024, motivado pelo alto endividamento e pelos impactos financeiros herdados da pandemia e da elevação dos custos operacionais.